segunda-feira, 26 de abril de 2010

Destruição de uma Civilização!

O coincidente panorama da sociedade Portuguesa, governada pelo partido socialista, que pinta Portugal de um rosa já muito avermelhado devido aos seus longos doze anos de governo, interrompidos apenas por 3 pelo PSD nestes últimos 15 anos, e com os estragos perpetuados pelos comunistas em Cabo Verde e em muitos outras nações, transformando as sociedades em aglomerados de coisas e não de pessoas, que buscam o poder totalitário!

Retirado do site Mídia sem Máscara - A "pobreza" e a "desigualdade" são apenas uma tentativa de legitimação, a posteriori, de uma vasta decadência moral e espiritual, incentivada, primeiro, enquanto raison d'État, pelo "materialismo dialéctico" do partido único e, depois, pelo triunfo do relativismo moral no sistema educativo e na imprensa, o que levou, sem uma consistente oposição, à "ditadura do politicamente correcto" e à gradual inversão dos valores, que é, hoje, regra, e não excepção, na sociedade cabo-verdiana. (A "ética da malandragem"1 é o produto de uma lenta desconstrução da alma cabo-verdiana, iniciada nos alvores do "socialismo precário" do pós-independência, cuja grande aposta era o alcançar do "homem novo", um homem light e desprovido do sentido de transcendência, mas fiel à lógica revolucionária e à política subversiva do partido-guia e do seu exército de intelectuais orgânicos, os guardiões do Mito e das maravilhas rutilantes da propaganda; não se pode ignorar os estragos que a "engenharia política" de inspiração totalitária fez no tecido social cabo-verdiano, fragilizando as famílias, a administração pública, a ética do trabalho e a sociedade civil).

1- No caso português, os casos de corrupção sucedem-se, mas somos cada vez mais coisas, prontas para ser engolidas pela besta comunista !

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A Igreja e a Pedofilia

Esta entrevista foi dada ao expresso, mas não foi publicada, por isso é nosso dever divulga-la!

Retirado do Blog: Tribuna

Entrevista concedida ao jornal Expresso para efeitos de elaboração de um artigo sobre o tema:

1. Qual a sua opinião sobre o fenómeno da pedofilia na Igreja Católica?

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada: Como é evidente, não posso deixar de lamentar todos os crimes de abusos de menores. Não só lamento sinceramente todos os casos de pedofilia como espero que as entidades civis e eclesiais competentes tomem as medidas adequadas para a total erradicação deste fenómeno na sociedade e na Igreja.

Não ignoro, contudo, que a esmagadora maioria destes casos ocorre no seio das famílias, sobretudo das mais disfuncionais, e das instituições do Estado, como o triste caso Casa Pia demonstrou, e não nas instituições da Igreja que, embora também vulneráveis, são, por regra, exemplares no seu desinteressado e muitas vezes heróico serviço aos mais necessitados.

2. Como explica o facto deste fenómeno ter assolado a Igreja Católica?

Pe. GPA: Há um manifesto exagero na afirmação de que este fenómeno tem «assolado a Igreja». Temo que o sensacionalismo criado à volta destes casos e o modo como a Igreja Católica tem sido a eles associada por certa imprensa não seja de todo inocente.

3. Quer exemplificar?

Pe. GPA: Com certeza. Segundo Massimo Introvigne, que cita um estudo de 2004 do John Jay College of Criminal Justice, foram 958 os padres acusados de pedofilia nos Estados Unidos, num período de 42 anos, tendo resultado a condenação de 54, aproximadamente um por ano. Se se tiver em conta que nesse mesmo lapso de tempo foram condenados pelo crime de pedofilia 6.000 professores de ginástica e treinadores desportivos, é necessário concluir que o principal alvo desta campanha mediática não é a pedofilia, que é apenas um pretexto, mas a Igreja e, mais especificamente, o Papa e o sacerdócio católico.

Com efeito, é significativo que, citando Jerkins, a maior parte dos casos de abusos de menores protagonizados nos Estados Unidos por clérigos tenham sido perpetrados por pastores protestantes e não por padres católicos e, no entanto, contrariando a mais elementar justiça e objectividade, são apenas estes últimos, em termos mediáticos, os bodes expiatórios...

4. Entende então que se trata de uma perseguição contra a Igreja Católica?

Pe. GPA: Certamente. Qualquer pessoa de bem, mesmo não sendo católica, vê com preocupação esta crescente onda de intolerância laicista, porque sabe que, hostilizada a Igreja Católica ou neutralizada a sua acção social, quem fica a perder é a família, porque nem o Estado nem nenhuma outra instituição é capaz de assegurar o serviço que a Igreja Católica presta às famílias portuguesas, sobretudo às mais carenciadas.

5. A Igreja portuguesa está a investigar com a necessária diligência as suspeitas sobre padres pedófilos?

Pe. GPA: Muito embora a hierarquia eclesiástica não possa, nem deva, ignorar as suspeitas de padres pedófilos, não só não é sua principal missão investigar estes casos como também não conta com estruturas adequadas para uma tal missão.

Mais do que a lógica da suspeita e da delação, tão ao gosto dos novos fariseus, a Igreja há dois mil anos que se rege pela lógica da confiança e do perdão, seguindo o exemplo do seu Mestre que, embora provocando a indignação dos hipócritas, desculpou a adúltera, como também perdoou a tripla traição de Pedro. Mais do que poder ou tribunal, a Igreja é comunhão e família e, por isso, alegra-se e sofre com todas as glórias e misérias dos seus filhos.

A Igreja, que é santa na sua origem e nos seus fins, é pecadora nos seus membros militantes que, contudo, não enjeita, se neles reconhece um autêntico propósito de conversão.

6. Quer com isso dizer que a Igreja condescende com a pedofilia do seu clero?

Pe. GPA: De modo nenhum, pois a Igreja não condescende nunca com a prevaricação de quantos, investidos na especialíssima responsabilidade do ministério sacerdotal, desonram essa sua condição.

Possivelmente, a condenação mais severa de todo o Evangelho é a que Cristo dirige precisamente aos pedófilos e a quantos são motivo de escândalo para os mais novos. Esse ensinamento evangélico, como todos os outros, não é letra morta na doutrina, nem na praxe eclesial.

7. Pode dar alguns exemplos de documentos da Igreja sobre esta questão?

Pe. GPA: Sem a pretensão de ser exaustivo, permita-me que, a este propósito, recorde alguns dos mais recentes documentos da Santa Sé sobre este particular:

- a instrução Crimen sollicitacionis, de 1922 e que, em 1962, o Beato João XXIII reafirmou e na qual se esclarece a obrigação moral de denunciar estes casos;

- o Código de Direito Canónico, que reafirma a excomunhão automática, ou seja, a imediata expulsão da Igreja, do confessor que alicia o penitente, qualquer que seja a sua idade ou género, para um acto de natureza sexual;

- o Catecismo da Igreja Católica, que renova a condenação da pedofilia;

- e o documento De delictis gravioribus, de 2001, que regulamenta o Motu Proprio Sacramentum Sanctitatis tutela, do Papa João Paulo II que, para evitar qualquer local encobrimento destes delitos, atribui a necessária competência à Congregação para a Doutrina da Fé, então presidida pelo actual Papa.

8. Não obstante esta condenação formal da pedofilia, não é verdade que tem faltado vontade política de aplicar as correspondentes sanções?

Pe. GPA: À hierarquia da Igreja não tem faltado a firmeza necessária para punir os eclesiásticos que incorreram em actos desta natureza. Foi o que aconteceu a um cardeal arcebispo de uma capital centro-europeia, que foi recluído num convento e proibido de qualquer acto público. Foi também o caso do fundador de uma prestigiada instituição religiosa, que foi também suspenso do ministério pastoral, demitido das suas funções de governo na estrutura eclesial por ele fundada, que foi sujeita a inspecção canónica, e obrigado a residir em regime de quase-detenção numa casa religiosa.

9. E se se vier a verificar algum caso no clero português?

Pe. GPA: Como se sabe, graças a Deus não há memória de nenhum sacerdote português, diocesano ou religioso, que tenha sido alguma vez condenado por um crime desta natureza. Se porventura se desse também entre nós algum caso, não tenho dúvidas de que o nosso episcopado, de acordo com as normas a que está obrigado, saberia agir com justiça e caridade.

10. Concorda com as críticas veladas de vários sectores da sociedade que acusam a Igreja de pouco fazer para garantir a total transparência destes processos? A maioria dos casos suspeitos é, regra geral, arquivado pelo Ministério Público. Segundo algumas fontes policiais, «as vítimas retraem-se mais tarde, devido ao ascendente dos alegados agressores».

Pe. GPA: Dada a minha sensibilidade cristã e formação jurídica, causa-me algum desconforto o uso e abuso de expressões tão vagas e perigosas como «críticas veladas», «casos suspeitos», «alegados agressores», porque tendem a criar uma suspeição generalizada. Há um princípio geral de inocência que não pode ser contrariado: um político, um professor, um padre ou um desempregado que seja burlão não faz da sua mesma condição todos os políticos, professores, padres ou desempregados. Se um violador que é engenheiro, como o recentemente detido, não infama todos os engenheiros, nem suscita uma caça aos engenheiros violadores, porque razão um padre pedófilo, se o houver, provoca esta tão desmedida reacção nos meios de comunicação social?!

11. Pode-se dizer que a associação entre pedofilia e sacerdócio católico não é arbitrária, na medida em que é entre os padres que tendem a verificar-se delitos desta natureza?

Pe. GPA: Não, porque uma tal pressuposição carece de fundamento, como as estatísticas mais recentes provam. Por exemplo, na Alemanha, segundo Andrea Tornielli foram notificados, desde 1995, 210.000 casos de delitos contra menores, mas apenas 94 desses casos diziam respeito a eclesiásticos, ou seja, um para cada dois mil envolvia algum sacerdote ou religioso católico. O inquérito Ryan, sobre a situação na Irlanda, é também esclarecedor porque, num universo de 1090 crimes cometidos contra menores em instituições educativas, os religiosos católicos acusados de abusos sexuais foram 23.

12. Talvez alguém entenda que, muito embora haja também pedófilos que não são padres, o crime para que mais tendem os sacerdotes católicos é o abuso de menores.

Pe. GPA: Também não é verdade porque, de acordo com Mons. Scicluna, perito da Congregação para a Doutrina da Fé, que é o organismo da Santa Sé que superintende estes casos, entre os anos 2001 e 2010, houve notícia de 300 casos de pedofilia num total de 400.000 padres. Além disso, os abusos de menores são apenas 10% de todas as acções criminais praticadas por sacerdotes católicos.

13. Mas do ponto de vista da psiquiatria, tudo leva a crer que o celibato sacerdotal é, em boa parte, responsável pelos abusos de menores realizados pelo clero católico…

Pe. GPA: Pelo contrário. Manfred Lutz, um psiquiatra especialista na matéria, afirmou que o celibato sacerdotal não só não incita à prática destes crimes como até favorece uma atitude de respeito e de ajuda aos menores. Esta conclusão científica prova-se também pelo facto de, entre os clérigos condenados por este crime, haver mais pastores protestantes, casados, do que sacerdotes católicos, celibatários, e ainda porque a grande maioria dos pedófilos são casados o que, obviamente, não pode ser usado contra o casamento.

14. Consta na opinião pública que a maioria dos casos suspeitos de padres pedófilos, não é objecto de investigação, nem de posterior procedimento criminal…

Pe. GPA: Se assim é, de facto, não é certamente por culpa da Igreja, que nada tem a ver com as investigações policiais, nem muito menos com as diligências judiciais.

Embora se tenda a crer que a Igreja e o seu clero gozam de um tratamento de excelência na sociedade portuguesa, a verdade é que não deve haver instituição pública nem classe profissional mais maltratada nos media do que a Igreja Católica e os seus sacerdotes.

15. Porque o diz?

Pe. GPA: Permita-me que lhe dê um exemplo. Há uns meses atrás, um pacato pároco português foi detido com enorme aparato por quatro ou cinco polícias trajados a rigor, como se o pobre padre de aldeia fosse um perigoso terrorista, quando na realidade era apenas um mero caçador que tinha por licenciar algumas armas. À notícia, transmitida nos noticiários televisivos, foi dado um aparato que, de não ser dramático, teria sido ridículo, até porque aquele pacífico sexagenário não representava nenhum perigo público. Não foi com certeza por acaso que se forjou toda aquela fantástica encenação, como também não foi por acaso que se convidaram as televisões…

Mas factos ocorridos há dezenas de anos numa instituição pública, como a Casa Pia, e de que foram vítimas dezenas de adolescentes, ainda não conhecem uma decisão judicial… Será isto justiça?!

16. Mas não acha que o incumprimento de uma obrigação por um padre é um escândalo?

Pe. GPA: É verdade que é exigível aos prestadores de serviços públicos uma especial responsabilidade: é razoável que o incumprimento de uma obrigação fiscal por parte um governante seja notícia, mas já o não seja se o prevaricador for um anónimo cidadão. Mas o escândalo não pode ser utilizado como arma de arremesso ideológica, sob pena de que aconteça aos padres católicos de agora o que aconteceu aos judeus alemães, durante o regime nazi.

17. Surpreendem-no estes casos de padres pedófilos?

Pe. GPA: Nenhum pecado é surpresa para nenhum padre e todos os padres sabemos que somos capazes de todos os erros e de todos os horrores. Não é por acaso que, na Semana Santa, a Igreja recorda o tristíssimo caso de Judas Iscariotes, que muito significativamente os evangelistas não silenciaram, quando poderiam tê-lo feito, a bem do prestígio da sua condição sacerdotal e do bom nome da Igreja. Graças a Deus conheço muitos padres, quer seculares como eu, quer religiosos, e confesso-lhe que não conheço nenhum que não mereça a minha admiração.

18. Tem ouvido, mesmo que rumores, de casos de pedofilia por parte de alguns padres? Ou é uma completa surpresa para si a existência deste tipo de casos, que acabam por manchar o nome da instituição secular?

Pe. GPA: Tenho uma enorme devoção por todos os meus irmãos sacerdotes, na certeza de que até no menos bom há, pelo menos, a grandeza do dom e da missão a que foi chamado. Também não ignoro que nenhum de nós, por mais qualidades que possa ter, é indigno dessa graça, pelo que nunca me surpreenderá encontrar nos outros alguma da miséria que diariamente descubro em mim. Mas, mesmo que essa constatação possa de algum modo perturbar-me, confesso-lhe que mais do que a traição de Judas, me admira a santidade e o martírio dos outros onze apóstolos. Talvez por isso, não tenho tempo para ouvir esses rumores de que fala, ou tempo para olhar para essas manchas a que alude e que não ignoro, porque prefiro contemplar a eterna beleza da Igreja, que procuro amar com todo o meu coração.

19. Já denunciou algum caso às autoridades eclesiásticas?

Pe. GPA: Denunciar é um termo que não faz parte do meu dicionário e, como padre, a minha missão não é acusar o culpado, mas perdoar o arrependido.

20. Já teve alguma suspeita de abusos por parte de algum colega seu?

Pe. GPA: Como não é meu hábito falar das vidas alheias, permita-me que, em vez de falar dos meus colegas, lhe diga o que eu desejaria que me acontecesse se caísse numa dessas situações, até porque é isso mesmo que desejo aos meus irmãos sacerdotes.

Se tivesse um dia a desgraça de incorrer nalgum comportamento menos próprio da minha condição sacerdotal, agradeceria que os meus irmãos na fé, padres ou não, tivessem a coragem de me fazerem a correcção fraterna, tal como Nosso Senhor determinou. Se o meu desvario persistisse, não obstante essa caridosa advertência, aceitaria de muito bom grado que o meu bispo utilizasse todos os meios ao seu dispor, sem excluir os civis e penais, para a minha emenda, na certeza de que essa expiação, embora dolorosa, contribuiria decerto para o bem das almas e para a minha salvação.

domingo, 18 de abril de 2010

AntiClericalismo

Em 1936, um historiador alemão que vivia na Catalunha ouviu por acaso um grupo de camponeses que falava sobre a Igreja. Para espanto dele, os camponeses, que tinham assassinado e torturado milhares de católicos, repetiam as críticas dos folhetos contra Roma, distribuídos na Alemanha do século XVI. Se a Igreja não muda, o anticlericalismo também não. De Lutero ao "Iluminismo" e da grande revolução francesa aos pequenos jacobinos de Portugal e Espanha, que há pouco menos de cem anos queriam ainda, como Voltaire, "esmagar a Infame", a Igreja é invariavelmente acusada pela sua presuntiva riqueza e pelo comportamento sexual do clero. Agora chegou a vez da pedofilia, porque na sociedade contemporânea a pedofilia se tornou no último crime sexual.

Claro que Bento XVI já disse que a pedofilia era um crime, além de ser um pecado, e acrescentou que os padres pedófilos tinham feito mais mal à Igreja do que mil anos de perseguição. Claro que Bento XVI mandou investigar o caso, removeu bispos, suspendeu padres, castigou culpados. Claro que nem ele, nem a Igreja são responsáveis pelas declarações, de facto ofensivas, de algumas figuras menores do Vaticano ou da Conferência Episcopal Portuguesa. Mas, como de costume, a lógica não abala o anticlericalismo. O anticlericalismo decretou que a Igreja intencionalmente encobre (ou encobriu) a pedofilia e não vai mudar. Quem sabe, mesmo à superfície, alguma história sabe que desde o princípio isto foi assim. Ratzinger, que não nasceu ontem, com certeza que não se perturba.

Até porque provavelmente percebe que, por detrás do escândalo do encobrimento, está o ódio ao Papa "reaccionário"; ao Papa que se recusou a transigir com a cultura dominante em matérias como o divórcio, o aborto, a homossexualidade, o celibato do clero e a ordenação de mulheres. Não ocorre ao anticlericalismo que a integridade da Igreja pode exigir essa rigidez, como já mostrou a rápida ruína do anglicanismo. Ratzinger compreende que, sem o apoio do Estado ou influência sobre ele, a Igreja depende essencialmente da convicção e da força com que conseguir conservar a sua doutrina. Qualquer fraqueza a transformará numa instituição vulgar, à mercê da opinião pública e das mudanças do mundo. Isso Bento XVI não quer. Como não quer encobrir a pedofilia.


Vasco Pulido Valente no jornal Público 18-04-2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Liberdade do Homem

Radio Vaticano - (15/4/2010) O primado da obediência a Deus e o significado autentico da penitencia e do perdão, na vida dos cristãos: foi disto que falou Bento XVI na homilia da Missa celebrada na Capela Paulina no Vaticano com os membros da comissão bíblica pontifícia.
A obediência a Deus tem o primado, recordou o Papa, referindo as palavras de São Pedro perante o Sinédrio: “deve obedecer-se antes a Deus do que aos homens”.
A obediência a Deus, dá portanto a Pedro a liberdade de se opor á suprema instituição religiosa. Da mesma maneira Sócrates, diante do Tribunal de Atenas, que lhe oferece a liberdade a pacto de não voltar a procurar Deus, não deve obedecer a estes juízes, comprar a sua vida perdendo a si mesmo , mas deve obedecer a Deus. Obediência A Deus que dá liberdade. Pelo contrario nos tempos modernos – observou Bento XVI – teorizou-se a libertação do homem, também da obediência a Deus: o homem seria livre, autónomo e nada mais.
Mas esta autonomia - salientou o Papa – é uma mentira, uma mentira ontológica, porque o homem não existe para si mesmo e por si mesmo; é uma mentira politica e pratica, porque a colaboração e a partilha das liberdades é necessária e se Deus não existe, se Deus não é uma instancia acessível ao homem, permanece como suprema instancia somente o consenso da maioria. Depois o consenso da maioria torna-se a ultima palavra á qual devemos obedecer e este consenso - sabemo-lo da historia do século passado – pode ser também um consenso no mal. Assim vemos que a chamada autonomia não liberta o homem.
As ditaduras estiveram sempre contra esta obediência a Deus, sublinhou o Papa.
A ditadura nazista, assim como aquela marxista, não podem aceitar um Deus acima do poder ideológico e a liberdade dos mártires que reconhecem Deus…é sempre o acto da libertação, no qual chega a liberdade de Cristo a nós”.
Hoje, graças a Deus – prosseguiu Bento XVI – não vivemos em ditadura, mas existem formas subtis de ditaduras.
“UM conformismo pelo qual se torna obrigatório pensar como pensam todos, agir como agem todos, e a subtil agressão contra a Igreja, ou também menos subtil, mostram como este conformismo pode realmente ser uma verdadeira ditadura.
Para os cristãos – acrescentou Bento XVI – obedecer antes a Deus do que aos homens, supõe que se conheça verdadeiramente a Deus e querer verdadeiramente obedecer e que Deus não seja pretexto para a própria vontade, mas que seja realmente Deus que convida, em caso necessário, também ao martírio.
“Nós que hoje muitas vezes temos um pouco de medo de falar da vida eterna. Falamos das coisas que são úteis para o mundo, mostramos que o cristianismo ajuda também a melhorar o mundo, mas que a sua meta seja a vida eterna e que da meta venham depois os critérios da vida, não ousamos dize-lo. “
Então – solicitou o Papa – devemos pelo contrario ter a coragem, a alegria, a grande esperança que a vida eterna existe, que é a vida verdadeira e que desta vida verdadeira vem a luz que ilumina também este mundo.

Em tal perspectiva a penitencia é uma graça, graça que nós reconheçamos o nosso pecado, que reconheçamos que precisamos de renovação, de mudança, de uma transformação do nosso ser.
“Devo dizer que nós cristãos, também nos últimos tempos - salientou depois Bento XVI – muitas vezes evitamos a palavra penitencia , que nos chega demasiado dura. Agora, sob os ataques do mundo que nos falam dos nossos pecados, vemos que poder fazer penitencia é graça e vemos como é necessário fazer penitencia, isto é, reconhecer aquilo que está errado na nossa vida. Abrir-se ao perdão, preparar-se para o perdão, deixar-se transformar. A dor da penitencia , isto é da purificação e da transformação, esta dor é graça, porque é renovação, é obra da Misericórdias divina.”
Peçamos, concluiu Bento XVI, que o nosso nome entre no nome de Deus e a nossa vida se torne vida verdadeira, vida eterna, amor e verdade.

A guerra subliminar entre o laicismo e o Cristianismo

Retirado do site : http://www.rainhamaria.com.br/Inicial

A questão dos sacerdotes pedófilos ou homossexuais, que rebentou recentemente na Alemanha, tem como alvo o Papa. E, dadas as enormidades temerárias da imprensa, cometeria um grave erro quem pensasse que o golpe não acertou no alvo – e um erro ainda mais grave quem pensasse que a questão morreria depressa, como morreram tantas questões parecidas. Não é isso que se passa. Está em curso uma guerra.

Não propriamente contra a pessoa do Papa porque, neste terreno, tal guerra é impossível: Bento XVI tornou-se inexpugnável pela sua imagem, pela sua serenidade, pela sua limpidez, firmeza e doutrina; só aquele sorriso manso basta para desbaratar um exército de adversários. Não, a guerra é entre o laicismo e o cristianismo.

Os laicistas sabem perfeitamente que, se aquela batina branca fosse tocada, sequer, por uma pontinha de lama, toda a Igreja ficaria suja, e se a Igreja ficasse suja, suja ficaria igualmente a religião cristã. Foi por isso que os laicistas acompanharam esta campanha com palavras de ordem do tipo: «Quem voltará a mandar os filhos à igreja?», ou «Quem voltará a meter os filhos numa escola católica?», ou ainda: «Quem internará os filhos num hospital ou numa clínica católica?» Há uns dias, uma laicista deixou escapar uma observação reveladora: «A relevância das revelações dos abusos sexuais de crianças por parte de sacerdotes mina a própria legitimação da Igreja Católica como garantia da educação dos mais novos.»

Pouco importa que semelhante sentença seja desprovida de qualquer base de prova, porque a mesma aparece cuidadosamente latente: «A relevância das revelações»; quantos são os sacerdotes pedófilos? 1%? 10%? Todos? Pouco importa também que a sentença seja completamente ilógica; bastaria substituir «sacerdotes» por «professores», ou por «políticos», ou por «jornalistas» para se «minar a legitimação» da escola pública, do parlamento, ou da imprensa.

Aquilo que importa é a insinuação, mesmo que feita à custa de um argumento grosseiro: os sacerdotes são pedófilos, portanto a Igreja não tem autoridade moral, portanto a educação católica é perigosa, portanto o cristianismo é um engano e um perigo. Esta guerra do laicismo contra o cristianismo é uma guerra campal; é preciso recuar ao nazismo e ao comunismo para se encontrar outra igual. Mudam os meios, mas o fim é o mesmo: hoje, como ontem, aquilo que se pretende é a destruição da religião. Ora, a Europa pagou esta fúria destrutiva ao preço da própria liberdade.

É incrível que sobretudo a Alemanha, que bate continuamente no peito pela memória desse preço que infligiu a toda a Europa, se esqueça dele, hoje que é democrática, recusando-se a compreender que, destruído o cristianismo, é a própria democracia que se perde. No passado, a destruição da religião comportou a destruição da razão; hoje, não conduz ao triunfo da razão laica, mas a uma segunda barbárie.

No plano ético, é a barbárie de quem mata um feto por ser prejudicial à «saúde psíquica» da mãe. De quem diz que um embrião é uma «bola de células», boa para fazer experiências.

De quem mata um velho porque este já não tem família que cuide dele.

De quem apressa o fim de um filho, porque este deixou de estar consciente e tem uma doença incurável.

De quem pensa que progenitor «A» e progenitor «B» é o mesmo que «pai» e «mãe».

De quem julga que a fé é como o cóccix, um órgão que deixou de participar na evolução, porque o homem deixou de precisar de cauda. E por aí fora…

Ou então, e considerando agora o lado político da guerra do laicismo contra o cristianismo, a barbárie será a destruição da Europa. Porque, eliminado o cristianismo, restará o multiculturalismo, de acordo com o qual todos os grupos têm direito à sua cultura. O relativismo, que pensa que todas as culturas são igualmente boas. O pacifismo, que nega a existência do mal.

Mas esta guerra contra o cristianismo seria menos perigosa se os cristãos a compreendessem; pelo contrário, muitos deles não percebem o que se está a passar. São os teólogos que se sentem frustrados com a supremacia intelectual de Bento XVI. Os bispos indecisos, que consideram que o compromisso com a modernidade é a melhor maneira de atualizar a mensagem cristã.

Os cardeais em crise de fé, que começam a insinuar que o celibato dos sacerdotes não é um dogma, e que talvez fosse melhor repensar essa questão. Os intelectuais católicos que acham que a Igreja tem um problema com o feminismo e que o cristianismo tem um diferendo por resolver com a sexualidade. As conferências episcopais que se enganam na ordem do dia e, enquanto auguram uma política de fronteiras abertas a todos, não têm a coragem de denunciar as agressões de que os cristãos são alvo, bem como a humilhação que são obrigados a suportar por serem colocados, todos sem descriminação, no banco dos réus. Ou ainda os chanceleres vindos do Leste, que exibem um ministro dos negócios estrangeiros homossexual, ao mesmo tempo que atacam o Papa com argumentos éticos; e os nascidos no Ocidente, que acham que este deve ser laico, que o mesmo é dizer anti-cristão. A guerra dos laicistas vai continuar, quanto mais não seja porque um Papa como Bento XVI sorri, mas não recua um milímetro.

Mas aqueles que compreendem esta intransigência papal têm de agarrar na situação com as duas mãos, não ficando de braços cruzados à espera do próximo golpe. Quem se limita a solidarizar-se com ele, ou entrou no horto das oliveiras de noite e às escondidas, ou então não percebeu o que está ali a fazer.»

do Corriere de la Sera,Jornal Italiano

por Marcello Pera, Filósofo, agnóstico e senador.

sábado, 10 de abril de 2010

O mundo das Aparências

Retirado do blog:http://oinimputavel.blogspot.com/

“ (…)
O Evangelho de São João refere-nos que o Senhor apresentava o “medo dos judeus” como o impedimento fundamental da fé. Para esclarecer a oposição entre fé e medo o evangelista prefere servir-se da ambiguidade da palavra grega doxa, que em geral exprime “aparência”, “esplendor”, etc. Este significado de fundo divide-se em duas direcções opostas. Por um lado designa-se com este termo a mera aparência, aquilo que “parece” mas não é, significando assim a opinião e a aparência de verdade que esta gera. Mas por outro lado a palavra também é usada para referir o real “esplendor”, a glória de Deus, para referir a opinião que Ele tem do homem e do mundo, e esta opinião é verdade, é realidade.
Porém as duas espécies de “aparência” entram em contradição no mundo. A opinião dos homens é poder. Mesmo não concordando com a verdade, exerce o seu poder, tem de se contar com ela. O indivíduo cria, igualmente, uma imagem e si mesmo, uma “aparência” mediante a qual pretende afirmar-se na opinião dos outros; quer guardar a sua “aparência” e para isso deve vergar-se à “aparência” alheia. A própria verdade é longínqua e não mostra o seu poder, mas a opinião dos homens existe e é poder dominante, portanto somos julgados de acordo com ela. O homem teme mais a aparência, que lhe é próxima, do poder humano da opinião que a luz distante e desarmada da verdade. Verga-se assim ao poder da opinião e torna-se ele mesmo seu aliado, um dos seus portadores. Uma vez tendo começado a confiar-se a ela tem de continuar a segui-la passo a passo. Já não pode romper a rede da deformação comum. Nas suas acções já não se orienta em função da realidade mas em função das presumíveis reacções dos outros. Chega-se a um domínio da opinião, do falso. Deste modo, toda a vida duma sociedade, as decisões políticas e as decisões pessoais, se funda numa ditadura do falso, no modo como as coisas são representadas e referidas em vez de na própria realidade. Toda uma sociedade pode assim cair da verdade para o engano comum, para uma escravatura do falso, do não-ser. A redenção que o Logos, a Palavra encarnada de Deus, oferece é em essência libertação da escravatura da aparência, retorno à verdade. Mas a passagem do aparente à luz da verdade dá-se na forma de cruz.
Hoje em dia, na sociedade determinada pelos meios de comunicação social, esta imagem do homem e do seu mundo assumiu uma nova e oprimente realidade. O que é mostrado e “parece” (por exemplo, na televisão) é mais forte que a realidade. A “aparência” do mundo na comunicação social converte-se cada vez mais no autêntico governo do mundo. O medo do aparente torna-se poder universal e paralisa a coragem da verdade.
(…).”

In “Olhar para Cristo – Exercícios de fé, esperança e caridade”, 2006, pelo Cardeal Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI), pp. 95-96.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Eis o Cordeiro de Deus!

Escritor Português não católico defende a Igreja e o Papa

O artigo abaixo é de Artur Rosa Teixeira, escritor português não católico. O texto foi publicado ainda no site do Pravda, jornal russo, outrora porta-voz do comunismo mundial. Não subscrevo todas as posições do autor, mas pareceu-me muito razoável no conjunto. A Providência sempre a nos surpreender e a nos consolar nesta hora tenebrosa.

Muitas das notícias que nos chegam, no seu afã de propaganda ideológica encapotada, contêm o erro fundamental de confundir a árvore com a floresta… sobretudo quando o objectivo é denegrir.

Ou seja, a partir de um caso isolado, de preferência de contornos escabrosos, generaliza-se de forma a induzir o leitor a pensar que todo o conjunto é da mesma natureza. Tal generalização obviamente tem conotações ideológicas e obedece a uma agenda política que visa desconstruir a Sociedade Tradicional e todas as suas instituições seculares para impor uma Nova Ordem Mundial à feição dos sinistros interesses da Oligarquia Internacional, a mesma que manobra os mercados financeiros e através destes, controla em grande parte a Economia Planetária. Referimo-nos aos casos de Pedofilia no seu seio da Igreja Católica recentemente mediatizados pelas Agências Internacionais de Notícias.

De facto as recentes notícias de Pedofilia, que envolve sacerdotes católicos, têm contornos de uma campanha de ataque à hierarquia Católica, muito para além da objectividade informativa que a deontologia jornalística impõe, independentemente da sua gravidade moral. Tais notícias suscitam desconfiança sobre a sua “bondade” até entre os não católicos como nós. Embora discordando da doutrina da ICAR, em alguns aspectos, reconhecemos no entanto a importância capital do seu papel na nossa História, na defesa dos valores éticos que enformam a nossa cultura judaico-cristã e a sua acção social meritória em prol daqueles que têm sido vítimas da usura e da ganância da Oligarquia Internacional, que é afinal a mais interessada em destruir o Catolicismo e a Religião em geral, já que constituem um obstáculo sério à consecução do seu objectivo final, que é o de reduzir a Humanidade à condição de escravos robotizados.

Ressalvamos, antes que nos confundam estar a defender a Pedofilia, que ao fazermos a defesa da Igreja Católica não estamos a justificar a acção ignominiosa de homens que esqueceram de todo a sua mais elementar obrigação de sacerdotes, o respeito pelo próximo, sobretudo o mais fraco, como é a criança órfã, carente do afecto de uma verdadeira família.

Um dos aspectos que nos leva a desconfiar da “boa vontade” destas notícias é o facto de focalizarem em exclusivo os casos de Pedofilia de clérigos católicos, quando se sabe que este vício é transversal à sociedade. Encontramo-lo em todos estratos sociais e até nas famílias. O pedófilo é em princípio muito próximo da vítima e da sua confiança, ou seja, não é um estranho… podendo ser até um pai, um tio, etc. Quando se argumenta que os padres devido ao celibato a que estão obrigados são mais propensos à pederastia, como insistentemente se procura justificar a tentação dos abusos sexuais, esquece-se que o pederasta nem sempre é solteiro e muitas vezes é tido como “bom” chefe de família, portanto uma pessoa aparentemente normal.

Outro detalhe que indicia que está em marcha uma campanha de desmoralização da ICAR, é o facto das notícias sobre a Pedofilia no seu seio surgirem como cogumelos que nascem a cada manhã, confundindo-se o número das vítimas com o dos pedófilos, parecendo que estes são tantos como um exame de abelhas… Quase a totalidade da hierarquia católica… Evidentemente que isto não desculpabiliza os autores dos abusos sexuais. Na verdade as vítimas são muitas, porém os abusadores denunciados não passam de uma diminuta minoria. Do mal, melhor… Até se tivermos em linha de conta a estatística nos USA, o número de vítimas nas instituições católicas comparada com as restantes, nomeadamente no ambiente escolar civil, é muito superior, uma proporção de 157 para 1, num espaço de tempo de 52 anos, de 1950 a 2002. É obra, não? Tal desproporção mostra por outro lado, no caso norte-americano, como a Pederastia é um fenómeno social extensivo, ou seja, não se restringe a um sector específico da sociedade.

O caso da Casa Pia de Lisboa é também ilustrativo quanto à tipificação do pedófilo. Este orfanato do Estado Português, fundado nos finais do Século XVIII, pelo Intendente da Polícia Pina Manique, homem da confiança do Marquês de Pombal, com um processo de Pedofilia a decorrer, reúne mais arguidos suspeitos de abusos sexuais a menores que todos os casos mencionados recentemente na “mídia” para denegrir a imagem da ICAR. Estão indiciados pelo Ministério Público dez arguidos, incluindo uma cúmplice. Contudo há quem diga que a “farra sexual” naquele instituto envolve muito mais gente e bem graúda, uma vez que remonta há década de 80 do século passado e muitas das vítimas, hoje adultos, não estão dispostos a passar pelo tormento dos inquéritos policiais e menos ainda pela vergonha pública a que têm sido sujeitos os “putos casa pianos” directamente envolvidos no processo. Há a ressaltar, em abono da verdade, que nem todas as acusações serão genuínas. Há quem se aproveite para extorquir dinheiro. Daí talvez a dificuldade de se apurar até onde vai a verdade e começa a mentira… quer de um lado, quer do outro. Acresce referir que problemas de sexualidade, como a sodomia e outros, sempre ocorreram em colégios internos, inclusive entre os internos, embora sejam severamente reprimidos, deixando marcas indeléveis para o resto da vida.

A fúria anticlerical do lobby laicista vai ao ponto de ressuscitar velhos casos como o do padre Lawrence Murphy, que remonta a 1975, para atacar insidiosamente o actual Papa e por essa via, a própria ICAR. A 25 de Março do corrente ano, o conceituado New York Times publicou uma matéria em que pretensamente acusa Bento XVI de encobrir o pároco de Milwaukee quando em 1995 o Papa ainda era Cardeal e responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé. È preciso ter muito ódio ao Catolicismo para 35 anos depois levantar tal questão… A denúncia é tanto mais insidiosa quando ignora de todo que aquele organismo tem como função específica vigiar os desvios doutrinários, heresias, pelo que nada tem com o Direito Canónico, que julga casos de indisciplina, como o são os actos que violam a castidade a que os clérigos estão obrigados. Ignora que o referido padre foi na oportunidade ilibado pelo Direito Civil, que não apurou provas da prática de Pedofilia sobre rapazes surdos que tutelava. Como ignora que a hierarquia católica manteve-o sob vigilância e o fez, não tanto pela suspeição de abusos sexuais em menores, mas por desvios doutrinários. Foi essa e só por essa razão que o então Cardeal Ratzinger, em 1995, o sancionou, tendo então limitado as suas funções pastorais. Quatro meses depois Murphy faleceu. Não cremos que aquele diário nova-iorquino desconhecesse em absoluto estes factos. Daqui se conclui que existe má fé e em marcha uma campanha difamatória articulada mundialmente contra a hierarquia católica.

E compreende-se. O actual Sumo Pontífice, coerente com os princípios da Igreja Católica, tem desenvolvido uma tenaz resistência contra as propostas contra-natura e fracturantes, veiculadas por organizações laicas apostadas em impor uma visão sexista e hedonista da Sociedade, reduzindo o homem à sua condição animal para negar a sua dimensão espiritual. Tais organizações não surgiram obviamente por “geração espontânea”, nem vivem do ar… Foram criadas e são apoiadas à sorrelfa por Fundações ditas filantrópicas como a da família Rockfeller. Os interesses financeiros das mesmas estão ligados a um vasto leque de sectores económicos, que vão desde a banca, o petróleo, a indústria farmacêutica, a indústria militar, etc, aos meios áudio visuais, incluindo a “mídia”, a qual evidentemente cumpre uma agenda ditada pela Elite Global à qual pertencem.

Ademais, quem postula que a Humanidade tem que ser reduzida a 1/3 da população actual e contribui para a miséria de milhões de seres humanos não pode ver com bons olhos a acção caritativa da ICAR, precisamente nas áreas onde a pobreza é mais sentida, coincidindo por vezes com subsolos ricos explorados por essa mesma Elite Global.

Há portanto uma intenção neste tipo de notícias, que vai muito além do desejo de informar… Se assim fosse não omitiam o mesmo fenómeno noutras instituições análogas. Mais, numa apreciação equilibrada da responsabilidade da ICAR na Pedofilia, deveriam referir os processos civis e canónicos que têm sido levantados aos clérigos acusados de abuso sexual a menores, seu desfecho, e não apenas publicitar denúncias, que podem não ser genuínas, como se tem conhecimento em processos deste género.

Artur Rosa Teixeira
Fonte: http://www.segs.com.br/
Fonte: http://oblatvs.blogspot.com