domingo, 29 de julho de 2012

O Bispo vestido de Branco

 Senhor, glorificai a Santa Igreja já aqui na Terra, Ámen!

Os seus decretos têm peso de séculos , as suas decisões remontam a doutrinas milenares, e as suas fraquezas são guias, apelos e esperanças. Desarmado pelos impérios, esbofeteado por reis, e desprezado por deuses falsos, gozado pela ribalta, a mesma ralé que inclina-se à força dos cascos, das lagartas, da foice. Oh deuses do mundo, mandai vir os vossos exércitos de uma vez por todas para destruir o homem das chaves, submeteis tudo menos esta criatura frágil?  Mas que sois vós o que já passaste, o que conta a vossa vontade senão nada. Esta mensagem é para os homens do futuro, prestai atenção ao Bispo vestido de Branco porque os seus decretos têm peso de séculos! Olhai o capitão da Nave que não sucumbe à vossa História..

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Rome Unvisited

Oscar Wilde (1854–1900). 
I.

THE corn has turned from grey to red,
 
  Since first my spirit wandered forth 
  From the drear cities of the north, 
And to Italia’s mountains fled. 
  
And here I set my face towards home,         5
  For all my pilgrimage is done, 
  Although, methinks, yon blood-red sun 
Marshals the way to Holy Rome. 
  
O Blessed Lady, who dost hold 
  Upon the seven hills thy reign!  10
  O Mother without blot or stain, 
Crowned with bright crowns of triple gold! 
  
O Roma, Roma, at thy feet 
  I lay this barren gift of song! 
  For, ah! the way is steep and long  15
That leads unto thy sacred street. 
  
II.

And yet what joy it were for me
 
  To turn my feet unto the south, 
  And journeying towards the Tiber mouth 
To kneel again at Fiesole!  20
  
And wandering through the tangled pines 
  That break the gold of Arno’s stream, 
  To see the purple mist and gleam 
Of morning on the Apennines. 
  
By many a vineyard-hidden home,  25
  Orchard, and olive-garden grey, 
  Till from the drear Campagna’s way 
The seven hills bear up the dome! 
  
III.

A pilgrim from the northern seas—
 
  What joy for me to seek alone  30
  The wondrous Temple, and the throne 
Of Him who holds the awful keys! 
  
When, bright with purple and with gold, 
  Come priest and holy Cardinal, 
  And borne above the heads of all  35
The gentle Shepherd of the Fold. 
  
O joy to see before I die 
  The only God-anointed King, 
  And hear the silver trumpets ring 
A triumph as He passes by!  40
  
Or at the altar of the shrine 
  Holds high the mystic sacrifice, 
  And shows a God to human eyes 
Beneath the veil of bread and wine. 
  
IV.

For lo, what changes time can bring!
  45
  The cycles of revolving years 
  May free my heart from all its fears,— 
And teach my lips a song to sing. 
  
Before yon field of trembling gold 
  Is garnered into dusty sheaves,  50
  Or ere the autumn’s scarlet leaves 
Flutter as birds adown the wold, 
  
I may have run the glorious race, 
  And caught the torch while yet aflame, 
  And called upon the holy name  55
Of Him who now doth hide His face.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A arte é caminho para Deus

Senhor, ajudai-nos a rezar, Ámen!

É de facto lastimável a negligência das coisas Divinas na consciência dos leigos que sem culpa, têm falta de instrução cujos os incautos Padres omitem, iludem-se com o «aprenda você mesmo», «faça você mesmo» que raia ao protestantismo. Ouvimos por outro lado os filhos dilectos de Cristo a murmurar sempre que os Leigos têm mais ousadia nos gestos de reverência ao Sacrário, na missa, antes e depois da Eucaristia, é verdade que hoje eles fazem tudo para retirar os genuflexórios, as imagens, os paramentos e o próprio sacrário da nave central da Igreja, que deixam de existir nestas feias Igrejas que são hoje construídas. As torres já não existem, ou pelo menos são separadas do edifício central, a dimensão catequética da arquitectura desaparece, os significados e símbolos são indecifráveis, as correlações simbólicas são por isso ineficazes porque exigem a sistemática explicação e esclarecimento. O Belo só pode ser amado se for conhecido, uma arte impenetrável para um observador comum será incompreensível e também por isso anticristã, pois a Verdade da revelação longe de ser enigmática foi transmitida para ser ensinada a todos os homens, como o culminar da obra da redenção. A criação de Deus, toda ela é Bela, e ainda que os homens pouco a conhecem, chegam a essa conclusão pela intuição do espírito, que lhe brota pela sua unidade e harmonia, desta forma todo o culto a Deus, deve portanto saber encontrar o equilíbrio entre a intuição e a explicação, não ser por isso completamente ininteligível como é o caso das modernas Igrejas, nem ser enfadonho para o intelecto que vê o seu objecto de culto mais pequeno do que a si próprio. Com certeza uma das causas para a diminuição da fé, foi a perda deste equilíbrio nas artes religiosas, e especialmente no culto a Deus.

Um exemplo de uma Igreja que está a ser construída e cuja arte pouco diz, pelo menos de forma evidente:






domingo, 22 de julho de 2012

homem vs Homem

A notícia já data do ano passado, 2011, mas continua a ser actual, na medida em que a comunidade científica continua insatisfeita com a mesma. Falamos da decisão da UE que, sob o véu dos Direitos Humanos, proibiu a experimentação científica que pudesse prejudicar o ser humano. Ou, por palavras dos próprios, “sempre que o respeito devido à dignidade do ser humano puder ser afectado”. Até aqui, parece não haver problema, mas os chefes da Europa, de raízes católicas, onde reside a Sede da Igreja, consideraram que a dignidade do ser humano é afectada quando se realizam experiências com embriões. Foi nesta altura, precisamente, que os grandes cientistas, os grandes génios que juntam forças todos os dias para salvar o ser humano das intempéries, vulgo doenças, rasgaram as vestes e gritaram "Blasfémia! Crucifiquem-nos!". Desdramatizando, vejamos com mais pormenor esta história, pois pode ter algumas semelhanças com outra nossa conhecida:

"A decisão foi tomada num processo no qual o grupo ambientalista Greenpeace questionava a patente concedida ao pesquisador Oliver Brüstle, da Universidade de Bonn, na Alemanha, garantindo a propriedade intelectual de um método que converte células-tronco embrionárias humanas em células do sistema nervoso. No processo de extração das células-tronco, o blastocisto – embrião de cerca de cinco dias de idade – é destruído." (http://www.inovacao.unicamp.br)

Alemães a utilizarem seres humanos "inferiores" para descobrirem curas para doenças em humanos "superiores"? Onde é que já vi isto... O que não deixa de ser curioso, e podia bem dar uma capa de revista ou manchete no New York Times, é que o mangífico cientista alemão Oliver Brustle, já foi um blastocisto! E isto não é um insulto, uma vez que um blastocisto - Oliver Brustle com 5 dias - não pode ser considerado inferior a um agregado de células diferenciadas - Oliver Brustle com 60 anos, só porque este é cientista e tem algumas ideias discutíveis e o primeiro ainda não tem cérebro para as ter. De qualquer forma, não estaremos a voltar aos tempos áureos do nacional-socialismo alemão ou do comunismo utilitarista que dizimou milhares na ucrânia, só porque eram incapazes de produzir mais do que consumiam? Se matamos enquanto são apenas células indiferenciadas, o genocídio e menos reprovável? Na altura, matavam-se uns para o bem económico de outros, agora matam-se uns para melhorar a saúde (ou tentar!) de outros. A mim, desculpem-me a ousadia, mas soa-me bastante semelhante, mas desta vez mais covarde (porque se metem com seres humanos indefesos). 

Pois é aqui que Cristo vence outra vez, porque "os últimos são os primeiros e os primeiros são os últimos". E "o reino dividido contra si mesmo não pode subsistir". Enquanto alguns homens quiserem matar outros homens, utilizando como justificação uma teoria, também ela, humana, não haverá paz, e o bem aparente torna-se rapidamente no caos.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Virtudes

 Senhor, dai-me a perseverança dos Santos, Ámen!

Todos os homens são confrontados com as fraquezas e limitações inerentes à condição humana. A tomada de consciência desse nosso estado acontece inevitavelmente à medida que a nossa vontade começa a separar-se das  forças necessárias à realização desta, acontecendo por vários motivos, entre os quais, quando desejámos para além do que a nossa natureza humana é capaz, por exemplo criar do nada, quando desejámos para além das nossas capacidades  intelectuais, por exemplo memorizar uma lista telefónica inteira ou quando desejámos para além das nossas capacidades físicas como correr à volta do mundo sem comer. No entanto nenhuma destas limitações são actuais fraquezas e nenhum ser humano a entende como tais no mundo em que vivemos, o que entendemos por fraquezas é  a incapacidade de fazer coisas banais, como por exemplo levantar-mos da cama quando acordámos, e não 10 minutos depois.. é óbvio que uma vez até pode ser fácil, mas sucessivamente é mais difícil especialmente quando estamos em férias! O ser humano pode conseguir grandes feitos, conseguir grandes realizações, mas nenhuma aparece de uma forma espontânea ou mágica, exige pequenas acções que de modo perseverante o ser humano repete, é este o segredo para conseguir frutificar a vida de cada um, um exemplo fácil, é a vida de um futebolista, se não persevera nos treinos, não será um grande jogador, um pianista, se não persevera no piano, não se tornará grande músico. Quando nós tomámos consciência destas fraquezas que prejudicam a nossa vida, devemos reflectir para encontrar formas de suprimi-las, formas realistas, através de mudanças banais e não extraordinárias, como por exemplo, estudar mais 30 minutos por dia no caso de um estudante, levar o lixo ou pôr a mesa em casa, ajudar os nossos colegas no estudo, gastar tempo com os nossos amigos ou pessoas que queremos como amigos, e rezar continuamente a Deus por perseverança nas pequenas coisas.. Se parece muito, então podem mudar em coisas ainda mais banalíssimas, basta reflectir um bocadinho. O que é realmente difícil à fraqueza humana vencer, são os vícios, os hábitos formados que prejudicam-nos na vida. Para vencê-los muitas vezes é preciso ajuda de alguém, porque rapidamente chegámos à conclusão que não valemos tanto esforço. O método deve ser o mesmo, mudanças banais na nossa vida que combatam o vício. Normalmente os hábitos têm referências e condicionantes que os ajudam a criar raízes mais facilmente, por exemplo as drogas, normalmente são procuradas com determinadas pessoas, é óbvio se continuarmos a dar-nos com essas pessoas vai ser difícil abandonar o vício. O álcool é outro vício que às vezes inicia-se nos momentos desesperante da vida, e cujas recaídas acontecem nos momentos tristes que vão e vêm inevitavelmente nesta. Outro vício perigoso é a pornografia, à distância de um clique corrói os nossos espíritos, destruindo a naturalidade e pureza das relações entre os homens. Todos estes vícios podem ser vencidos através de mudanças banais no quotidiano, a criação de hábitos bons pode e deve até ser iniciada com outras pessoas que apenas tornarão estes mais fortes, como por exemplo fazer desporto, orar, passear, trabalhar, aprender, iniciar projectos, tocar instrumentos, etc.. desta forma mantemos uma maior agilidade física e mental para combater as necessidades fisiológicas que os vícios criaram no nosso corpo. Lá está, os maus hábitos também são coisas banais, como fumar, dormir e comer  mais tempo do que necessário, ver muita televisão, passar muito tempo de forma improdutiva como acontece principalmente com os jovens, descuidando os nossos deveres profissionais ou familiares, etc.. As virtudes são por isso os pequenos hábitos bons, que fortalecem o nosso espírito e acabam por ser o fundamento das grandes obras ao alcance de uma vida comum. Foi a perseverança que fez os Santos! Assim corramos com os vícios e plantemos as virtudes.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Reflexão sobre a Felicidade

Senhor, dai-nos a Alegria de viver, Ámen!

Felicidade. Quem é que não busca? Podemos afirmar com o máximo de convicção possível que a esmagadora maioria ou a totalidade dos seres humanos «a» buscam sem excepção ou retinência, sem se questionarem duas vezes, e com razão. Mas o que é felicidade? Se pensarmos de forma matemática, podemos concluir que talvez seja o resultado de uma equação complexa. Talvez as variáveis sejam inúmeros desejos nossos que queremos alcançar e que aparecem no devir da nossa vida.. muitos vão-nos atormentar se permanecem por cumprir, esperando que a morte os esvazie num silêncio aparentemente feliz, porque sem desejos para cumprir! No silêncio da morte, é feliz quem se deixou tiranizar pelos seus desejos, muitos são levados à loucura pelos seus vícios, correspondidos incessantemente pelos desesperados homens.. para sair deste resultado, é preciso alguma sabedoria ou fé muitas vezes, para que a nossa vida se mova para algo além de nós que possibilite escapar à nossa própria tirania. Facilmente perdemos a paciência connosco próprios, se vivemos centrados em nós, facilmente perdemos a fortaleza se não conhecemos a razão, além de nós mesmos.

Bom de qualquer forma, nestas coisas, o melhor é regressar ao latim.. a palavra felicidade advém da palavra latina felix que refere-se a fecundidade, uma palavra que pode ter várias formas e feitios, mas é aquilo que procurámos quando vamos atrás da felicidade, sim esse é o resultado que deve sair da complexa equação da nossa vida. Mas alguém pode ser fecundo se não for na própria terra, onde nascemos?
Quem sabe.. as nossas raízes são inegavelmente terrenas, e como a bela figura da árvore mostra, estas vão-se a pouco e pouco expandido na profundidade e na escuridão da terra, à medida que encontram zonas mais húmidas e mais ricas em alimento, onde encontram o que precisam para agora sim, fruírem à luz do dia.. buscando essa mesma luz, elevando-se até chegarem à altura de muitos metros, algumas quase chegam aos 100 metros, isto porque as raízes tornam-se sempre mais profundas. A bela lição que nos ensinam, é uma lição de vida, quem não tem vida interior, facilmente é abalado pelas tempestades que vão acontecendo, quem não se distrai da meta, rasteja na terra até morrer calcado, mas quem procura realizar-se imitando as árvores, cuja vida chega a alcançar centenas de anos ou até milhares de anos, no caso do homem, é recompensado pela vida Eterna. 

O Amor que é a Luz das nossas almas, é Jesus Cristo, que venceu a morte. Criados Livres, buscai com Amor o que quereis, ignorai com Amor o que não precisais, deste modo derrotareis os vícios, os bichos que corroem a nossa fecundidade.