segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Dogmas da Igreja Católica

Fonte: Wikipédia

Na Igreja Católica, um dogma é uma verdade absoluta, definitiva, imutável, infalível, inquestionável e "absolutamente segura sobre a qual não pode pairar nenhuma dúvida" [1]. Uma vez proclamado solenemente, "nenhum dogma pode ser" revogado ou "negado, nem mesmo pelo Papa ou por decisão conciliar" [1] Por isso, os dogmas constituem a base inalterável de toda a Doutrina católica [2] e qualquer católico é obrigado a aderir, aceitar e acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável [3].

Os dogmas têm estas características porque os católicos acreditam que um dogma é uma verdade que está contida, implícita ou explicitamente, na imutável Revelação divina ou que tem com ela uma "conexão necessária" [3]. Para que estas verdades se tornem em dogmas, elas precisam de ser propostas pela Igreja Católica directamente à sua fé e à sua doutrina, através de uma definição solene e infalível pelo Supremo Magistério da Igreja (Papa ou Concílio ecuménico com o Papa [4]) e do posterior ensinamento destas pelo Magistério ordinário da Igreja. Para que tal proclamação ou clarificação solene aconteça, são necessárias duas condições:

* o Sentido deve estar suficientemente manifestado como sendo uma autêntica verdade revelada por Deus [5];
* a verdade ou doutrina em causa deve ser proposta e definida solenemente pela Igreja como sendo uma verdade revelada e uma parte integrante da fé católica [5].

Mas, "a definição dos dogmas ao longo da his­tó­­ria da Igreja não quer dizer que tais ver­dades só tardiamente tenham sido re­veladas, mas que se tornaram mais cla­ras e úteis para a Igreja na sua progres­são na fé" [6]. Por isso, a definição gradual dos dogmas não é contraditório com a crença católica de que a Revelação divina é inalterável, definitiva e imutável desde da ascensão de Jesus.

Os mais importantes dog­mas, que tratam de assuntos como a Santíssima Trindade e Jesus Cristo, "fo­ram definidos nos primeiros concílios ecuménicos; o Concílio Vaticano I foi o último a definir verdades dogmá­ti­cas (primado e infalibilidade do Papa)". As definições de dogmas "mais recentes estão a da Imaculada Conceição [...] (1854) e da Assunção de Nossa Senhora [...] (1950)" [6].
Lista dos dogmas proclamados pela Igreja Católica

A Igreja Católica proclama a existência de muitos Dogmas, sendo 43 o número dos seus principais dogmas. Eles estão subdivididos em 8 categorias diferentes [5]:

* Dogmas sobre Deus
* Dogmas sobre Jesus Cristo
* Dogmas sobre a criação do mundo
* Dogmas sobre o ser humano
* Dogmas marianos
* Dogmas sobre o Papa e a Igreja
* Dogmas sobre os sacramentos
* Dogmas sobre as últimas coisas

Dogmas sobre Deus

1- A Existência de Deus

"A ideia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhecê-Lo com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra"

2- A Existência de Deus como Objecto de Fé

"A existência de Deus não é apenas objecto do conhecimento da razão natural, mas também é objecto da fé sobrenatural "

3- A Unidade de Deus

"Não existe mais que um único Deus "

4- Deus é Eterno

"Deus não tem princípio nem fim"

5- Santíssima Trindade

"Em Deus há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência divina que é numericamente a mesma "

Dogmas sobre Jesus Cristo

6- Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência

"O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus."

7- Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam

"Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento"

8- Cada uma das naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física

"Existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso"

9- Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus

"O Pai celestial quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo"

10- Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício

"Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício."

11- Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz

"Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão"

12- Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos

"ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, se levantou do sepulcro"

13- Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai

"ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu em Corpo e Alma"

Dogmas sobre a criação do mundo

14- Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada

"A criação do mundo do nada, não apenas é uma verdade fundamental da revelação cristã, mas também que ao mesmo tempo chega a alcançá-la a razão com apenas suas forças naturais, baseando-se nos argumentos cosmológicos e sobretudo na argumento da contingência."

15- Carácter temporal do mundo

"O mundo teve princípio no tempo"

16- Conservação do mundo

"Deus conserva na existência a todas as coisas criadas"

Dogmas sobre o ser humano

17- O homem é formado por corpo material e alma espiritual

"O humano como comum constituída de corpo e alma"

18- O pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por geração, não por imitação

"Pecado, que é morte da alma, se propaga de Adão a todos seus descendentes por geração e não por imitação, e que é inerente a cada indivíduo"

19- O homem caído não pode redimir-se a si próprio

"Somente um ato livre por parte do amor divino poderia restaurar a ordem sobrenatural, destruída pelo pecado"

Dogmas marianos

20- A Imaculada Conceição de Maria

"A Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, foi por singular graça e privilégio de Deus omnipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original"

21- Maria, Mãe de Deus

"Maria, como uma virgem perpétua, gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o sujeito nascido não tem uma natureza humana, mas sim o suposto divino que a sustenta, ou seja, o Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem"

22- A Assunção de Maria

"A Virgem Maria foi assumpta ao céu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo não sofreu nenhuma corrupção como sucederá com todos os homens que ressuscitarão até o final dos tempos, passando pela descomposição."
Dogmas sobre o Papa e a Igreja

23-A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo

"Cristo fundou a Igreja, que Ele estabeleceu os fundamentos substanciais da mesma, no tocante a doutrina, culto e constituição"

24- Cristo constituiu o Apóstolo São Pedro como primeiro entre os Apóstolos e como cabeça visível de toda Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o primado da jurisdição

"O Romano Pontífice é o sucessor do bem-aventurado Pedro e tem o primado sobre todo rebanho"

25- O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda Igreja, não somente em coisas de fé e costumes, mas também na disciplina e governo da Igreja

"Conforme esta declaração, o poder do Papa é: de jurisdição, universal, supremo, pleno,
ordinário, episcopal, imediato"

26- O Papa é infalível sempre que se pronuncia ex cathedra.

"Para compreender este dogma, convém ter na lembrança:

Sujeito da infalibilidade papal é todo o Papa legítimo, em sua qualidade de sucessor de Pedro e não outras pessoas ou organismos (ex.: congregações pontificais e antipapas) a quem o Papa confere parte de sua autoridade magistral".

O objecto da infalibilidade são as verdades de fé e costumes, reveladas ou em íntima conexão com a revelação divina.

A condição da infalibilidade é que o Papa fale ex catedra:

- Que fale como pastor e mestre de todos os fiéis fazendo uso de sua suprema autoridade.

- Que tenha a intenção de definir alguma doutrina de fé ou costume para que seja acreditada por todos os fiéis. As encíclicas pontificais não são definições ex catedra.

A razão da infalibilidade é a assistência sobrenatural do Espírito Santo, que preserva o supremo mestre da Igreja de todo erro.

A consequência da infalibilidade é que a definição ex catedra dos Papas sejam por si mesmas irreformáveis, sem a intervenção ulterior de qualquer autoridade."

27- A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de fé e costumes

"Estão sujeitos à infalibilidade:

- O Papa, quando fala ex catedra
- O episcopado pleno, com o Papa, que é a cabeça do episcopado, é infalível quando reunido em concílio ecuménico ou disperso pelo rebanho da terra, ensina e promove uma verdade de fé ou de costumes para que todos os fiéis a sustentem"

Dogmas sobre os sacramentos

28- O Baptismo é verdadeiro Sacramento instituído por Jesus Cristo

"Foi dado todo poder no céu e na terra; ide então e ensinai todas as pessoas, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"

29- A Confirmação é verdadeiro e próprio Sacramento

"Este Sacramento concede aos baptizados a fortaleza do Espírito Santo para que se consolidem interiormente em sua vida sobrenatural e confessem exteriormente com valentia sua fé em Jesus Cristo."

30- A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o Baptismo

"Foi comunicada aos Apóstolos e a seus legítimos sucessores o poder de perdoar e de reter os pecados para reconciliar aos fiéis caídos depois do Baptismo"

31- A Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária para a salvação

"Basta indicar a culpa da consciência apenas aos sacerdotes mediante confissão secreta"

32- A Eucaristia é verdadeiro Sacramento instituído por Cristo

"Aquele que come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida eterna"

33- Cristo está presente no sacramento do altar pela Transubstanciação de toda a substância do pão em seu corpo e toda substância do vinho em seu sangue

"Transubstanciação é uma conversão no sentido passivo; é o trânsito de uma coisa a outra. Cessam as substâncias de Pão e Vinho, pois sucedem em seus lugares o Corpo e o Sangue de Cristo. A Transubstanciação é uma conversão milagrosa e singular diferente das conversões naturais, porque não apenas a matéria como também a forma do pão e do vinho são convertidas; apenas os acidentes permanecem sem mudar: continuamos vendo o pão e o vinho, mas substancialmente já não o são, porque neles está realmente o Corpo, o Sangue, Alma e Divindade de Cristo."

34- A Unção dos enfermos é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo

"Existe algum enfermo entre nós? Façamos a unção do mesmo em nome do Senhor"

35- A Ordem é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo

"Existe uma hierarquia instituída por ordenação Divina, que consta de Bispos, Presbíteros e Diáconos"

36- O matrimónio é verdadeiro e próprio Sacramento

"Cristo restaurou o matrimónio instituído e bendito por Deus, fazendo que recobrasse seu primitivo ideal da unidade e indissolubilidade e elevando-o a dignidade de Sacramento."

Dogmas sobre as últimas coisas

37-A Morte e sua origem

"A morte, na actual ordem de salvação, é consequência primitiva do pecado"

38- O Céu (Paraíso)

"As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda culpa e pena de pecado entram no céu"

39- O Inferno

"O inferno é uma possibilidade graças a nossa liberdade. Deus nos fez livres para amá-lo ou para rejeitá-lo. Se o céu pode ser representado como uma grande ciranda onde todos vivem em plena comunhão entre si e com Deus, o inferno pode ser visto como solidão, divisão e ausência do amor que gera e mantém a vida. Deve-se salientar que a vontade de Deus é a vida e não a morte de quem quer que seja. Jesus veio para salvar e não para condenar. No limite, Deus não condena ninguém ao inferno. É a nossa opção fundamental, que vai se formando ao longo de toda vida, pelas nossos pensamentos, actos e omissões, que confirma ou não o desejo de estar com Deus para sempre. De qualquer forma, não se pode usar o inferno para convencer as pessoas a acreditar em Deus ou a viver a fé. Isso favorece a criação de uma religiosidade infantil e puramente exterior. Deve-se privilegiar o amor e não o temor. Só o amor move os corações e nos faz adorar a Deus e amar o próximo em espírito e vida."

40- O Purgatório

"As almas dos justos que no instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por penas temporais devidas pelo pecado vão ao purgatório. O purgatório é estado de purificação"

41- O Fim do mundo e a Segunda vinda de Cristo

"No fim do mundo, Cristo, rodeado de majestade, virá de novo para julgar os homens"

42- A Ressurreição dos Mortos no Último Dia

"Aos que crêem em Jesus e comem de Seu corpo e bebem de Seu sangue, Ele lhes promete a ressurreição"

43- O Juízo Universal

"Cristo, depois de seu retorno, julgará a todos os homens."

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Crescimento da Igreja Católica

Cristo quando pregava, anunciava a proximidade do Reino de Deus, que a sua vinda estava próxima, mas sabia que o ápice da batalha só se daria no monte calvário, que a vitória definitiva só seria alcançada na Cruz como também a derrota de todos os seus inimigos, e Cristo pregava "Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto." (João 12:24) "E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim" (João 12:32) porque foi para isto que Cristo veio, para dar a sua vida ao mundo (João 12:27).
E que é o Reino de Deus senão Cristo, o "Reino de Deus é a vida em Abundância", (Jesus de Nazaré, Papa Bento XVI pag. 434) a Vida que é senão Cristo, como o Próprio afirmou, por isso Lucas afirmou que o "Reino de Deus já está no meio de nós" (Lucas 17:21) pois ele veio ao mundo, para conquistar-nos ao seu inimigo e derrotar o príncipe deste mundo (João 12:31) e foi ao povo Judeu escolhido por Deus que Ele se revelou, não porque o Reino de Deus é exclusivo dos Judeus, muito pelo contrário, todos estamos chamados a Crer em Cristo, porque todo aquele que Crê será salvo, no entanto, Deus quis encarnar como Homem, nascido de uma Mulher, porque o seu Amor não tem limites, de tal modo, que sendo Deus "esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo, tornando-se semelhante aos homens;"(Filipenses 2:7) assim providencialmente o povo Judeu foi preparado por Deus, como necessário para o plano da salvação.
No entanto ainda que Cristo conquistou-nos derramando o seu próprio Sangue, Deus não impõe a Salvação aos Homens e respeita a sua Liberdade, assim antes da definitiva vinda de Cristo, para julgar os vivos e mortos, Deus quis que o Homem participasse no seu plano de Salvação, assim instituiu a sua Igreja, dando a Pedro a chaves do Reino dos Céus, tornando-se chefe dos Apóstolos, dando a cada um graças conforme a sua vontade como diz S. Paulo (1 Coríntios 12):
"Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós bem sabeis que éreis gentios, vos deixáveis arrastar irresistivelmente, para os ídolos mudos. Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para proveito comum. Porque a cada um pelo manifestação do Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de cura; E a outro a operação de milagres; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos baptizados em um só Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebemos do mesmo Espírito."
Assim o Espírito ordenou a Igreja sabiamente, pois as graças e as vocações são diferentes, unidos na mesma Fé, confirmada por Pedro e guardada pelos Bispos ao longo dos tempos, através dos seus sucessores apostólicos devidamente eleitos no qual receberam a autoridade dos seus anteriores e estes de Cristo, segundo a vocação de cada um, tendo como único tesouro para guardar, o depósito da Fé revelado por Cristo. Com a plenitude do Espírito Santo, prometido por Cristo, deu aos seus Apóstolos à sua Igreja, os sete sacramentos, nos quais são canais por onde o Espírito Santo é difundido no Mundo, podemos chamar a sete armas da Igreja, para levar o Reino de Deus a todo o Homem e Mulher, e os seus frutos "não são comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria" (Romanos 14:17) e só assim podemos explicar tamanha empresa, que já leva 2000 anos, mas só nos fins dos tempos é que o Reino de Deus alcançará a sua plenitude, quando os ímpios e os justos forem separados e todos os inimigos de Cristo estiverem a seus pés, Deus será tudo em todos. Por isso enquanto não vierem os Novos Céus e nova Terra, cabe à Esposa de Cristo, no qual Cristo é a Cabeça, combater pelo Reino de Deus, unindo os Homens a Cristo, através das armas dadas pelo o Próprio, os sacramentos, para que os homens digam como S. Paulo "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim" (Gálatas 2:20) para que Cristo e a Igreja possam ter muitos filhos... Permanecendo a Igreja fiel ao seu Esposo, combate os seus inimigos cujas obras são "adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedeiras, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus."(Gálatas 5:19) por isso filhos de Deus, usai as armas que Cristo vos deu, para permanecerdes unidos a Ele, para que a presença do Reino de Deus se manifeste em vós pelos seus frutos e usai-as essas mesmas armas, para combater e fazer até das próprias pedras, Filhos de Deus!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Filho do Dono da Vinha veio ao Mundo buscar os seus Frutos!

A Revelação definitiva de Deus aconteceu com a Incarnação do seu Verbo, no qual todas as coisas foram feitas e para Ele todas foram feitas! Jesus Cristo o cumpridor de todas as profecias do mundo antigo, e Luz do Mundo que redime a criação com o seu Amor infinito. Foi na "plenitude dos tempos" (Gálatas 4:4) que Cristo revelou-se aos seus servos, pois como Filho do Dono da vinha, veio no tempo dos frutos quando esta, está no auge do seu crescimento (Mateus 21:33), veio buscar a parte que pertencia ao seu Pai, no entanto os servos cobiçaram a sua herança e mataram-no, no entanto como Deus colhe onde não semeia e ceifa onde não plantou (Mateus 25:24) como o servo mau disse ao entregar o seu único talento a Deus, os Pagãos irmãos dos Judeus, ficaram com a herança de Deus pois na "plenitude dos tempos" reconheceram à luz da razão natural "o Deus único" o "Sumo Bem" Platão ou "Primeiro Motor" Aristóteles e muitos autores Romanos como Cícero, que buscavam o verdadeiro Deus para que redimisse a Humanidade, e dominaram o mundo apenas com os seus dons naturais, no caso dos Romanos a força e ordem, formaram o poderoso Império Romano, e foi sábia a ciência dos Gregos, assim os Pagãos acabariam por herdar o Cristianismo pois compreenderam a "Loucura da Cruz" porque ao contrário dos judeus e as suas aspirações messiânicas carnais, estes já tinham o mundo nas suas mãos, com a Cultura dos Gregos e a força dos Romanos, no entanto débeis e fracos, como tudo que sofre a acção do tempo, pois não conheciam ainda o seu Redentor que "Renova todas as coisas" e que é a própria Vida, que é "o esperado pelas nações"assim Cristo rejeitado pelo povo escolhido segundo providencia de Deus, usou de misericórdia com os Pagãos pois "onde o pecado abundou, superabundou a graça"(Romanos 5:20) e "O mais velho servirá o mais novo" Romanos 9:12 porque "Outrora vós desobedecestes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia, devido à desobediência deles; do mesmo modo, também eles desobedecem agora, em favor da misericórdia que alcançastes, para que também eles venham agora a alcançar misericórdia. Porque Deus encerrou a todos na desobediência, para com todos usar de misericórdia!." (Romanos 11:30-32.) E assim como conta o Papa São Gregório sobre a parábola dos talentos

Retirado do site da Montfort;


Disse Jesus:
Um homem, partindo para o estrangeiro, chamou seus servidores lhes entregou seus bens. A um deles ele deu cinco talentos, a outro dois, a um terceiro um, conforma a capacidade de cada um, e logo ele partiu.
O que tinha recebido cinco talentos, foi os fez render ganhando outros cinco talentos. Do mesmo modo, o que tinha recebido dois talentos ganhou outros dois. Mas o que tinha recebido um só talento foi cavar um buraco na terra e ai escondeu o dinheiro de seu senhor.
Muito tempo depois, o senhor desses servos chegou e fez suas contas com eles.
O que tinha recebido cinco talentos se aproximou e apresentou os cinco talentos que recebera e mais outros cinco talentos, dizendo: “Mestre, tu me tinhas dado cinco talentos, eis que com eles ganhei mais outros cinco”. Seu mestre lhe disse: “Está bem servo bom e fiel, pois que foste fiel no pouco, eu te estabelecerei sobre muito; entra na alegria de teu senhor”.
O que tinha recebido dois talentos se aproximou e disse: “Mestre, tu me tinhas entregue dois talentos, eis que ganhei dois outros mais”. Seu senhor lhe disse: “Está bem, bom e fiel servidor, pois que foste fiel no pouco, eu te estabelecerei sobre muito; entra na alegria de teu senhor”.
Mas aquele que tinha recebido um só talento, aproximou-se e disse: “Mestre, eu sei que tu és um homem duro, tu colhes onde não semeaste. Tomado de medo, fui esconder teu talento na terra. Eis, tu tens aqui o que te pertence”. O senhor lhe respondeu: “Servo mau e preguiçoso, tu sabias que eu recolho o que não semeei; ser-te-ia $preciso confiar meu dinheiro aos banqueiros; quando de minha volta eu teria recuperado meu bem com juros. Tirai-lhe pois seu talento e dai-o àquele que tem dez. Porque àquele que tem será dado em abundância; a quem não tem, ser-lhe-á tirado até mesmo o que ele parece ter. E esse servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; lá haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus. 25, 14 -30).

Ele começa nos explicando que significam os talentos dados aos servos. E diz que os cinco talentos representam o conhecimento da lei natural dado aos pagãos. Os dois talentos representam o Antigo e o novo Testamento, dado aos que creram em sua doutrina, enquanto o talento único significa o Antigo Testamento, dado aos judeus.
Os pagãos, que foram fiéis ao conhecimento da recta razão, obtido através dos cinco sentidos exteriores, depois, em recompensa pela sua fidelidade à verdade natural que compreenderam, foi-lhes dado muito mais conhecimento: receberam a Fé e a Lei, pois acabaram recebendo os dez talentos—os dez mandamentos-- por meio da pregação apostólica, especialmente de São Paulo.
Os judeus, que enterraram o seu talento, isto é, tiveram um entendimento somente literal, humano, terreno da verdade revelada, a eles, foi-lhes tirado o que haviam recebido, pois quiseram um reino na terra, já que haviam enterrado o seu talento. Eles que eram tão ciosos da lei, nós o sabemos hoje, acabaram defendendo apenas uma prática material da lei, e, no final, pela Cabala, terminaram por defender a santidade do pecado.
Os pagãos acabaram por receber o talento que fora dado aos judeus, que perderam até o que pensavam ter. Porque, “quem quiser salvar a sua vida, perde-la-á” (Marcos, VIII, 35).
Enquanto os cristãos são figurados na parábola pelos que receberam dois talentos: o Antigo e o Novo Testamento, a verdade revelada por Deus, e a sua Lei. A Fé para a inteligência, a moral para a vontade. E fizeram frutificar estes dois talentos, em frutos de boas obras, e em apostolado, convertendo a muitos.
São Gregório explica então que os cinco talentos dados ao primeiro servo, representam os cinco sentidos exteriores que nos permitem aceder ao conhecimento da realidade, e portanto, ao conhecimento da verdade natural. De fato, os pagãos, especialmente os gregos e romanos, aproveitaram bem o conhecimento alcançável naturalmente, e deram ao mundo a Filosofia, a Arte e o Direito.
Convém, aqui, fazer uma rápida digressão entre os cinco talentos e os cinco sentidos do corpo humano.
Os pensadores medievais, entre eles os chamados victorinos, mostram que os sentidos exteriores (vista, ouvido, olfacto, paladar e tacto) destinam-se à manutenção da vida natural. Ora, a vida natural pode ter três graus ou significados.
A vida natural mais elevada que podemos ter é a vida racional intelectiva. Depois, é a vida física. E finalmente temos a vida da espécie humana. Essas três vidas precisamos conservar e fazer frutificar.
Para a manutenção da vida intelectiva, Deus nos deu especialmente dois sentidos, que nos transmitem o conhecimento da realidade exterior a nós: a visão e a audição. E por que a vida intelectiva é a mais elevada - segundo o ponto de vista natural--, vista e ouvido foram postos por Deus no mais alto da cabeça humana. Vista e ouvido nos permitem melhor aceder ao conhecimento da realidade. Por isso, depois da loucura, o pior defeito físico é a cegueira. E só depois vem a surdez.
A visão nos dá o conhecimento directo da realidade natural. A audição nos permite conhecer o testemunho de outrem, que nos informa e nos ensina. Ora, como a Fé é uma forma de conhecimento superior, à qual temos acesso por ouvir o testemunho – a revelação—testemunhada por Deus, a audição tem papel mais importante no conhecimento sobrenatural do que a vista. Por isso, Jesus disse a Tomé: “Tu creste, Tomé porque viste. Bem aventurados aqueles que não viram e creram”(João. XX, 29)
Daí, que Deus, no Antigo Testamento, não pediu ao povo de Israel que visse, mas que escutasse, pois lhe disse: “Escuta, Israel”-- “Shema Israel”.
E no Novo Testamento, Jesus mandou que os Apóstolos ensinassem, e não que imprimissem Bíblias para serem lidas com os olhos, pois que a letra mata. Disse Jesus: “Ide e ensinai” (Mateus 27, 19) e não “Ide e imprimi”. Com também não disse de modo algum, “Ide e dialogai”, como pretendeu o Vaticano II.
Porque o ouvido é a “boca” da alma. “Boca” pela qual a alma se alimenta da Fé, já que “nem só de pão vive o homem”. E isto prova como erram os protestantes querendo obter a fé pela letra, lida pelos olhos.
Os dois sentidos que vem logo depois da visão e da audição são o olfacto e o paladar, destinados à manutenção da vida física. Esta é inferior à vida intelectiva. E, por isso, nariz e boca são postos, na cabeça humana, abaixo da vista e do ouvido.
O olfacto é um sentido que está posto num órgão—o nariz—colocado imediatamente acima da boca, para que possa vigiar se os alimentos estão deteriorados, ou não, a fim de que a alimentação nos sustente a vida, e não nos traga doença e morte.
Pelo olfacto, nosso apetite de comer é aguçado. Daí que o olfacto simboliza o apetite pelas coisas intelectuais e saudáveis que alimentem nossa Fé e nossa ciência.
O paladar está colocado na boca. Esta nos serve para receber alimentos que nos conservam a vida física, e—superiormente – para falar, comunicando a verdade que conhecemos, assim como informações e ciência natural aos outros. Por que “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt. IV, 4).
O tacto é o sentido mais material, que nos dá um conhecimento muito limitado dos acidentes das coisas existentes. Ele está espalhado por todo o corpo, e serve especialmente para a reprodução, visando a perpetuação da espécie humana. É o sentido mais carnal e menos inteletivo, e assim, é o que ficou mais prejudicado pelo pecado original.

Assim já Deus se queixava, dos Judeus “O boi conheceu o seu possuidor, e o jumento o presépio de seu dono, mas Israel não me conheceu, e meu povo não teve inteligência” (Is. I, 3). porque apegavam-se demasiado a letra da lei, e não ao fim da Lei, O Bem! apegavam-se demasiado à sua força e não ao poder de Deus, pois foi pela Lei que os Judeus foram condenados, e os pagãos alcançaram Misericórdia, porque a Salvação provêm de Deus e não do Homem.