terça-feira, 31 de agosto de 2010

São Paulo

Um vídeo sobre São Paulo, que fiz durante este fim de semana.. Aconselho a todos a verem este filme que está dividido em 2 partes de 1h:30m do qual tirei as cenas para fazer este pequeno vídeo. Podem-no ver no youtube ou arranjarem o dvd (posso fazer o uppload do dvd, para quem quiser) porque há filmes que são imprescindíveis, e por isso são obrigatórios em termos em casa, e este é um deles! Se não gostarem do vídeo, garanto-vos que o filme é incomparavelmente melhor e por isso vale a pena verem! Só queria dizer uma coisa em relação há musica, que acrescento ao que já está na descrição, devido ao estilo desta chegar um pouco ao rock, ainda assim, considerei que não seria má escolha, simplesmente devido à violência da conversão de São Paulo, que em certo sentido, a música acaba por transmitir um estado espírito imitativo do estado espírito de São Paulo até certo ponto, logo após a revelação de Cristo, cuja violência e impacto fez com que ele não comesse e nem bebesse durante os 3 dias seguintes, e o renovasse e o transformasse de um perseguidor, para se tornar um dos grandes homens da história mundial, ao ponto de ser considerado a seguir a Cristo, a pessoa mais importante do cristianismo!









Nota: Desde 2007, que a música estava disponível no youtube de Portugal, sem nenhuma censura de copyrights, no entanto, por coincidência, a música foi bloqueada por motivos de direitos de autor, quase à mesma altura em que fiz este vídeo... Só tenho que esperar que a situação mude rápido, e passa a estar disponível aos visualizadores de Portugal, no qual eu me inclui-o!!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Credo quia absurdum

Este texto é de um ateu, que no entanto revela precisamente uma das causas da apostasia da fé, a transformação da essência da fé como Verdade, para uma fé de sentido e utilidade individual, consequência do liberalismo na Igreja, ou seja, a primazia da consciência do individuo sob todas as coisas..
E como o autor diz e dá o título a esta postagem a fé tornou-se um absurdo, mudança que a hierarquia da Igreja tarda em reconhecer para a combater no seu cerne, voltando a Fé à sua essência, aquilo que é próprio dela, a Verdade.

Retirado do livro: Existe Deus? - Ateísmo e Verdade - Paolo Flores DÁrcais

E então, se uma religião já não é verdadeira/falsa, mas válida segundo o sentido-consolação que consegue fornecer à existência, como separar a palha do grão, como distinguir entre uma grande religião e uma mesquinha superstição? Porquê o Cristianismo, e não a astrologia, já que no tocante ao «sentido» esta ( a astrologia), aparentemente, funciona bastante melhor como «fé» de massas, pelo menos a julgar pela facturação do ramo, cujo crescimento é exponencial? O critério do sentido é inexorável, leva ao subjectivismo mais radical, à fé como unguento e bálsamo da alma: a cada qual a sua maquilhagem religiosa, substituível segundo a moda e a necessidade, contando que nesse momento reaja bem com a pele da existência. Uma religião do sentido (e não da verdade) já não é uma religião de pessoas, mas de simples consumidores (de sentido).
Não basta. Se o critério da religião fosse o sentido, a saber, qualquer sentido com a condição de que funcione, prescindindo da verdade, teria razão Freud: a religião é uma ilusão (e inclusive Marx: é ópio dos povos - e, porventura, dos indivíduos). O «respeito»pós-moderno da religião enquanto inconsciência (obscuridade na consciência:obscurantismo!). Quanto mais ilusões tivermos tanto melhor porque de facto, só assim poderá a ilusão funcionar de modo pleno. Mas o niilismo mais radical, que a religião imputa a todo o relativismo moral, declarando-o assim invivível, celebraria assim o seu sabat imparável. Semelhante religião não pode funcionar. Quem aceitaria uma ilusão, sabendo que é tal? Para a aceitar, é necessário tê-la por verdadeira, exigir que pertença ao âmbito que é avaliado segundo as categorias de verdadeiro e falso, e que de facto constitua o seu núcleo. A religião como mero «sentido» está sempre exposta à possibilidade de se desmoronar. Não tem fundamento nem sequer raiz. Como vimos, é por natureza frívola e giróvaga. É a moda elevada a religião. E se consegue fazer um espectáculo maior ou menor do que a religião maior ou menor do que a religião da moda, é todavia só na concorrência entre homólogos.
Toda a religião quer ser verdade, e não pode renunciar a tal pretensão. Deve ser verdade. De outro modo, também o «sentido» se desvanece. o que grande parte da filosofia hermenêutica pode admitir e, inclusive, teorizar a partir de fora, a religião não o pode aceitar a partir de dentro. Portanto, a filosofia que «reconhece» a religião, desprezando as objecções «vetustas» e toscas dirigidas contra as verdades que a religião considera demonstráveis, toma a religião por aquilo que ele não pode, de forma alguma, admitir o que é. Não a honra, mas pisa-a, interpreta-a no abismo do equívoco consigo mesma, na absoluta opacidade, torpeza e inconsciência de si mesma. E a religião, ao favorecer esta filosofia como interlocutor privilegiado, como o pensamento com que estabelece um diálogo, aceita ser precisamente o que na essência deve recusar ser, se ambiciona continuar a ser.
Tanto mais que o sentido-consolação só tem razão de ser como resgate da dor terrena na vida eterna. Mas esta só tem sentido se for indubitável. Se a dúvida conseguir instalar-se de modo razoável, qualquer distracção terrena, qualquer divertissemente, se aperceberá facilmente dessa incerteza. Só é possível mudar de vida, em relação às quimeras do mundo, se o finito se encarar perante o certo eterno, não se pode pôr a circular a suspeita de que também a religião é incerteza, divertissemente - e, porventura, o mais sublime - para se distrair dos horrores do mundo. De outra forma, as quimeras do mundo cobrarão juros, porque o finito é, por agora, a «totalidade» certa que o homem experimenta. Por isso, se a filosofa convencesse os crentes de que o valor da religião reside no sentido, e não na verdade, eles deixariam de acreditar e, desta forma, desapareceria a fé, cujo sentido a filosofia pretende interpretar. Se não desejar perder este seu «objecto», a filosofia deve, pois, interpretar a fé nos termos da sua pretensão de verdade. Em suma, que os conteúdos de verdade de uma religião sejam verdadeiros ou falsos continua a ser essencial. Por isso, há que demonstrá-los, e o ónus da prova - incontrovertível, porquanto está em causa a existência no seu conjunto - cabe a quem os enuncia.
A não ser que se opte pelo caminho rigoroso da fé como pura fé, da fé que se esquiva radicalmente à argumentação racional. Mas que renuncia, assim, a todo o saber e, inclusive, a toda a comunicação discursiva. uma fé absolutamente vertical, singular, ilógica. Que talvez só a teologia de Barth, no século XX, tentou tomar a sério. Uma fé que, no sentido mais amplo, nada tem a dizer à razão e que, por isso, nada pretende raciocinar para converter. Que se expressa (e comunica) porventura nos comportamentos e nos gestos, e no rigoroso silêncio do logos. Com uma consequência óbvia: nenhuma pretensão de impor nada seja a quem for, utilizando Deus - e os «argumentos» da fé - como argumento em qualquer deliberação pública. Mais uma vez: credo quia absurdum.

sábado, 21 de agosto de 2010

A melhor constituição segundo Aristóteles

Segundo Aristóteles o melhor governo para a sociedade dos homens é o regime moderado, tem que estar organizado de tal maneira para que todos os indivíduos tenham a possibilidade de participar, ainda que praticamente ser impossível participarem todos ao mesmo tempo.. tal como a virtude, que Aristóteles considera como o meio entre dois vícios, como que um circulo perfeito se tratasse, assim se este definha ou aumenta de tamanho, este (o circulo) perderia a sua forma perfeita, apenas um pequeno exemplo, entre muitos dado por Aristóteles «Quem está aquém das marcas distintivas do magnânimo é pusilâmine, quem as ultrapassa é um vaidoso.1» assim o melhor governo e o mais virtuoso, seria aquele mais moderado entre os dois vícios habituais da sociedades humanas, a tirania de um só homem, e a tirania da multidão, que são as formas degenerativas da monarquia e da democracia. Por isso Aristóteles enfatiza a importância da classe média numa sociedade composta invariavelmente por homens pobres, ricos e os de média fortuna que devem ser pelo menos mais de um terço da população ou idealmente dois, para que as outras duas classes juntas não conseguissem ser a maioria, pois estes têm a vantagem da semelhança do seu estado individual e civil, fazendo fruir a amizade entre eles, necessária para o êxito de qualquer comunidade e estado, não desejando bens alheios como os pobres nem excitando a inveja de ninguém.
Constrói então a sua constituição através de elementos democráticos (governo dos pobres) ou oligárquicos (governo dos ricos), para que destes elementos dialecticos, acabassem por criar uma síntese virtuosa ou um justo meio, que ele chamou de república (rex+ publica) que poderia ser mais democrática ou mais aristocrática (espécie de monarquia com vários homens), consoante o numero de elementos imbuídos na constituição de cada forma governamental.. o essencial seria ordená-los para que ninguém se visse prejudicado e principalmente para que o vicio da tirania não se despontasse nem dos pobres nem dos ricos.. Assim é essencial para a sobrevivência de um estado ter elementos democráticos, aristocráticos/monárquicos.. e uma classe média para os proteger quer dos ricos quer dos pobres!

Nota:Portugal, país de 10 milhões de habitantes, mais de 4 milhões de pessoas estão dependentes do Estado, e a classe média está continuamente a perder força.. por isso não é de admirar que os demagogos sejam eleitos, e destruam ainda o que resta dos valores nobres de Portugal como a vida..

1- Aristóteles - Ética a Nicómano, editora Quetzal textos clássicos.