segunda-feira, 17 de maio de 2010
Homossexualismo
De nação Católica, estamos em alta velocidade a liderar o plutão dos países mais progressistas do mundo, e tudo, dizem os 'iluminados' em nome do direitos humanos! A recente promulgação por parte do presidente.... do casamento Homossexual, ao contrário do que os progressistas afirmam, não fortalece os direito humanos, muito pelo contrário, acerta em cheio na destruição destes! Se as Leis Universais assim são chamadas, é porque são inerentes à própria realidade, e no caso dos direitos humanos, à natureza do homem! Assim o direito positivista alia-se ao direito Natural, para o homem viver em sociedades Justas e Verdadeiras, protegendo a dignidade de todo Universo, de todos os povos, de todas as pessoas! O Homossexualismo não é natural, destrói o corpo de quem é sodomizado, mas hoje impera a "ditadura do Relativismo", ditadura que vai destruir toda a verdade, todo o bem, os próprios direitos humanos! Se o lobby marxista que apoia a causa gay, sair vitorioso na sua 'modernização' dos direitos humanos, estes acabarão por transformar-se numa 'figura jurídica' artificial ao serviço do mais forte, ao sabor das modas impostas pelo poder, tal como aconteceu na Alemanha de Hitler, que legalizou o extermínio!
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Os Papas e as esquerdas
Henrique Raposo
I. Tal como afirma o director do i, Bento XVI é mais interessante do que João Paulo II . João Paulo II é, com certeza, uma figura central do século XX. Karel Wojtyla foi uma peça fundamental no derrube do totalitarismo comunista. Mas, vamos lá contextualizar, João Paulo II não estava sozinho no combate à esquerda totalitária. Em grande medida, o Papa-que-fazia-os-800-metros-barreiras-na-boa tinha todos os políticos do Ocidente ao seu lado. A divisão Oeste - Leste era política e estratégica, logo, isso facilitava as coisas para o Vaticano.
II. Ora, o combate de Bento XVI não é político, mas sim intelectual e moral. Bento XVI não está a lutar contra a velha esquerda comunista, mas sim contra o relativismo moral e cultural da esquerda caviar. Este é um combate mais difícil, porque não existe um "inimigo" claro do "outro lado". É um combate puramente intelectual e moral. Era "fácil" atacar a esquerda comunista do outro lado do muro. Não é fácil atacar a esquerda caviar que é a própria essência da Europa Ocidental.
III. João Paulo II era odiado pela extrema-esquerda, aquela coisa que não perdoa a história pela queda do muro de Berlim. Mas Bento XVI é odiado por toda a esquerda europeia, porque este Papa está empenhado na luta contra a essência "progressista" de hoje: o relativismo moral e cultural, a consagração do espírito derrotista e anti-ocidental, a imposição de um vácuo histórico e religioso (vulgo: o politicamente correcto) . O combate de João Paulo II pertence ao passado, e está decidido: o comunismo perdeu para sempre. O combate de Bento XVI é actual, e não está decidido. Mais uma razão para considerar Bento XVI, o intelectual poderoso, mais interessante do que João Paulo II, o político atlético.
Retirado: http://clix.expresso.pt/atempoeadesmodo
I. Tal como afirma o director do i, Bento XVI é mais interessante do que João Paulo II . João Paulo II é, com certeza, uma figura central do século XX. Karel Wojtyla foi uma peça fundamental no derrube do totalitarismo comunista. Mas, vamos lá contextualizar, João Paulo II não estava sozinho no combate à esquerda totalitária. Em grande medida, o Papa-que-fazia-os-800-metros-barreiras-na-boa tinha todos os políticos do Ocidente ao seu lado. A divisão Oeste - Leste era política e estratégica, logo, isso facilitava as coisas para o Vaticano.
II. Ora, o combate de Bento XVI não é político, mas sim intelectual e moral. Bento XVI não está a lutar contra a velha esquerda comunista, mas sim contra o relativismo moral e cultural da esquerda caviar. Este é um combate mais difícil, porque não existe um "inimigo" claro do "outro lado". É um combate puramente intelectual e moral. Era "fácil" atacar a esquerda comunista do outro lado do muro. Não é fácil atacar a esquerda caviar que é a própria essência da Europa Ocidental.
III. João Paulo II era odiado pela extrema-esquerda, aquela coisa que não perdoa a história pela queda do muro de Berlim. Mas Bento XVI é odiado por toda a esquerda europeia, porque este Papa está empenhado na luta contra a essência "progressista" de hoje: o relativismo moral e cultural, a consagração do espírito derrotista e anti-ocidental, a imposição de um vácuo histórico e religioso (vulgo: o politicamente correcto) . O combate de João Paulo II pertence ao passado, e está decidido: o comunismo perdeu para sempre. O combate de Bento XVI é actual, e não está decidido. Mais uma razão para considerar Bento XVI, o intelectual poderoso, mais interessante do que João Paulo II, o político atlético.
Retirado: http://clix.expresso.pt/atempoeadesmodo
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quinta-feira, 13 de maio de 2010
O que é o politicamente correcto?
Henrique Raposo
I. Há dias, uma leitora exigia: "mas defina lá o que é isso do "politicamente correcto". Pois muito bem, vamos lá a definições, que eu hoje estou muito germânico, kantiano mesmo. O "Politicamente correcto" é, se quiserem, um silencioso marxismo cultural. Se o velho marxismo era uma coisa de massas, este novo marxismo é uma coisa silenciosa. O politicamente correcto não é uma ideologia colectiva. É, isso sim, uma crença privada. Mas, atenção, é uma crença privada partilhada, em silêncio, por milhões. É um manual de comportamento e de policiamento do pensamento e do vocabulário.
II. O velho marxismo assentava numa simples dicotomia moralista: havia os "bons", os operários, e os "maus", os burgueses. O novo marxismo cultural readaptou essa lógica para a esfera cultural, religiosa e étnica: há o "mau", o Ocidente branco, e há o "bom", o resto do mundo não-ocidental. Isto, como é óbvio, gera a farsa moral do politicamente correcto. Uma farsa que mina o debate das nossas sociedades .
III. Um exemplo desta farsa: há dias, Evo Morales disse uma barbaridade: os transgénicos, segundo o Presidente da Bolívia, causam a terrível doença da homossexualidade. Esta declaração, que é um absurdo, não causou polémica. Os "tolerantes" do costume não reagiram. Se tivesse sido um líder ocidental a dizer semelhante disparate, oh meu deus, tinha caído o Carmo e a Trindade. Mas como foi um "indígena" da Bolívia, as boas consciências calaram-se. Tal como se calaram perante o racismo de Lula da Silva ("esta crise é da responsabilidade de louros de olhos azuis") ou perante a ignorância criminosa de líderes africanos ("a SIDA é uma invenção ocidental"). Pior: os "tolerantes" são incapazes de criticar a homofobia de Morales, mas já são capazes de me apelidar de "racista" só pelo facto de eu criticar Morales. É esta a hipocrisia vital do chamado "politicamente correcto".
IV. O politicamente correcto é racismo. Esta forma de pensar infantiliza todos aqueles que não são brancos. O Ocidente já não é imperial e agora até é fofinho, mas continua a tratar o "outro" como o "pretinho". Este Ocidente bonzinho é racista, porque é incapaz de tratar o "outro" como um adulto imputável
Retirado: http://aeiou.expresso.pt/o-que-e-o-politicamente-correcto=f578286
I. Há dias, uma leitora exigia: "mas defina lá o que é isso do "politicamente correcto". Pois muito bem, vamos lá a definições, que eu hoje estou muito germânico, kantiano mesmo. O "Politicamente correcto" é, se quiserem, um silencioso marxismo cultural. Se o velho marxismo era uma coisa de massas, este novo marxismo é uma coisa silenciosa. O politicamente correcto não é uma ideologia colectiva. É, isso sim, uma crença privada. Mas, atenção, é uma crença privada partilhada, em silêncio, por milhões. É um manual de comportamento e de policiamento do pensamento e do vocabulário.
II. O velho marxismo assentava numa simples dicotomia moralista: havia os "bons", os operários, e os "maus", os burgueses. O novo marxismo cultural readaptou essa lógica para a esfera cultural, religiosa e étnica: há o "mau", o Ocidente branco, e há o "bom", o resto do mundo não-ocidental. Isto, como é óbvio, gera a farsa moral do politicamente correcto. Uma farsa que mina o debate das nossas sociedades .
III. Um exemplo desta farsa: há dias, Evo Morales disse uma barbaridade: os transgénicos, segundo o Presidente da Bolívia, causam a terrível doença da homossexualidade. Esta declaração, que é um absurdo, não causou polémica. Os "tolerantes" do costume não reagiram. Se tivesse sido um líder ocidental a dizer semelhante disparate, oh meu deus, tinha caído o Carmo e a Trindade. Mas como foi um "indígena" da Bolívia, as boas consciências calaram-se. Tal como se calaram perante o racismo de Lula da Silva ("esta crise é da responsabilidade de louros de olhos azuis") ou perante a ignorância criminosa de líderes africanos ("a SIDA é uma invenção ocidental"). Pior: os "tolerantes" são incapazes de criticar a homofobia de Morales, mas já são capazes de me apelidar de "racista" só pelo facto de eu criticar Morales. É esta a hipocrisia vital do chamado "politicamente correcto".
IV. O politicamente correcto é racismo. Esta forma de pensar infantiliza todos aqueles que não são brancos. O Ocidente já não é imperial e agora até é fofinho, mas continua a tratar o "outro" como o "pretinho". Este Ocidente bonzinho é racista, porque é incapaz de tratar o "outro" como um adulto imputável
Retirado: http://aeiou.expresso.pt/o-que-e-o-politicamente-correcto=f578286
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domingo, 9 de maio de 2010
Confissões..
Boas! Infelizmente já não escrevo à algum tempo no blogue, e provavelmente, por culpa minha! Este mês de Abril que passou, foi um pouco atribulado para mim, as nossa fraquezas e pecados não perdoem, ainda por cima se nós estamos sempre a cair nos mesmos, que é o meu caso! Só à alguns dias é que me fui confessar, demorou mais tempo do que o habitual a ir ao confessionário, isto porque, quando não temos esperanças de vencer o pecado, ou a convicção de ter a força necessária para não cair outra vez, o confessionário acaba por não fazer sentido... De facto nós simples pecadores, não temos força para nada, nem para caminhar em pé, por isso temos incessantemente pedir a Cristo, que nos leve às costas, mas a vida é uma sucessão de noites e dias, e há umas noites, umas quedas muito duras! O Papa disse que a grandeza do Homem é medida pela grau de verdade que consegue suportar, e neste mês de Abril, esmagado no chão pelo peso do pecado, eu pensei, que o homem é medido pelo peso do pecado, que nas quedas consegue suportar.. e pela experiência das minhas, e estas mais recentes que foram mais duras, apenas consegui levantar, não pela minha força, pois eu próprio não conseguia suportar o peso do meu próprio pecado, mas confiando que Deus pode com este peso, e que não há pecado que Deus não possa perdoar, pois o seu Amor é invencível na magnanimidade! e agora a escrever isto lembrei-me que esta foi a diferença entre Pedro e Judas, Pedro não confiou nas próprias forças e ofereceu o peso do seu pecado ao amor de Cristo, enquanto Judas, confiando nas suas próprias forças não aceitou o amor de Deus, e esmagado pelo peso do seu pecado preferiu a soberba morte ao perdão de Deus. A diferença entre os que se levantam das quedas do pecado e os que revoltam-se contra Deus o Mundo e o Homem, devido às suas fraquezas, é que não suportam a sua pequenez e o Amor de Deus que tudo vence, pois do nada criou tudo, das trevas fez brilhar luz, e do deserto jorrou água, e da Cruz salvou os homens, retirando da dor a alegria!
Que nenhum homem por mais alto que esteja, coloque as suas esperanças longe de Deus, pois não há ninguém que por mais alto que esteja que não possa cair, como aconteceu com o Anjo da Luz - Lúcifer - porque nós sempre dependeremos do Amor de Deus, porque foi no Amor de Cristo, que fomos feitos e criados, porque o fruto do amor é a vida!
Que nenhum homem por mais alto que esteja, coloque as suas esperanças longe de Deus, pois não há ninguém que por mais alto que esteja que não possa cair, como aconteceu com o Anjo da Luz - Lúcifer - porque nós sempre dependeremos do Amor de Deus, porque foi no Amor de Cristo, que fomos feitos e criados, porque o fruto do amor é a vida!
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sexta-feira, 7 de maio de 2010
Bento XVI e o relativismo
José Manuel Fernandes - Onde me encontro com Bento XVI
Na altura em que Bento XVI foi eleito, em Abril de 2005, previ que "dificilmente" o seu papado seria o de um mero continuador de João Paulo II. Cinco anos depois, e quando se prepara para visitar pela primeira vez Portugal como chefe da Igreja de Roma, é claro para todos que o Papa alemão não procurou ser o que não era - um líder carismático, à imagem do seu antecessor -, antes não descurou a reorganização da Igreja, centrando-a nos combates mais importantes da actual pós-modernidade.
Horas antes de se iniciar o Conclave que o escolheria como sucessor de Pedro, o então cardeal Ratzinger proferiu, como decano do Colégio dos Cardeais, uma homília que se tem vindo a revelar todo um programa. "Possuir uma fé clara, seguir os ensinamentos da Igreja, é classificado com frequência como fundamentalismo", disse então, perante os 115 cardeais eleitores. "Em contrapartida, o relativismo, isto é, o deixar-se levar "para aqui ou para ali por qualquer vento ou doutrina" parece a única atitude aceitável nos tempos que correm. Toma corpo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que deixa tudo ao critério do próprio ego e dos seus desejos".
Ao definir o relativismo moderno como o maior adversário contemporâneo do humanismo cristão, lembrou que "ser-se adulto" significa ter uma fé que não segue atrás das ondas das modas de hoje ou das últimas novidades". E por isso, apesar das mudanças que tem vindo a introduzir na Igreja - nomeadamente na dolorosa e delicada frente da denúncia e prevenção dos casos de pedofilia, onde tem sido de uma grande pro-actividade -, Bento XVI nunca se deixou levar pelo vento que, a espaços, foi soprando mais forte em diferentes direcções.
Ora o relativismo moderno não é apenas adversário do humanismo cristão - coloca também enormes desafios ao tipo de sociedades em que vivemos, livres e abertas porque baseadas num contrato de confiança entre todos os cidadãos que partilham um corpo de valores civilizacionais. Tal sucede porque o relativismo moderno dissolve esses valores sem deixar qualquer alternativa no seu lugar.
Quando Bento XVI critica, por exemplo, o niilismo ou o multiculturalismo, fá-lo a partir de um terreno que partilha com todos os que se preocupam com o deslaçamento e a inumanidade prevalecentes em muitos aspectos das sociedades contemporâneas.
O multiculturalismo não é uma forma de tornar as nossas sociedades mais plurais, pois não parte da necessária base comum a qualquer convivialidade, antes do esbatimento dos valores preexistentes. Por isso, ao criar um lugar vazio e sem referências, o multiculturalismo nunca poderá ser um ponto de encontro, antes de desencontros e mal-entendidos. E o niilismo anda naturalmente de braço dado com o multiculturalismo, sobretudo se pensarmos que este corresponde, de acordo com a definição de Leo Strauss, a não querer nada, não valorizar nada.
A crítica de Ratzinguer/Bento XVI tanto ao multiculturalismo como ao niilismo, onde as referências teológicas não impedem o recurso a grandes pensadores da liberdade e das sociedades abertas, como Karl Popper ou Isaiah Berlin, centra-se no que designa como a diminuição da "energia moral" nas nossas sociedades. "A segurança, de que necessitamos como pressuposto da nossa liberdade e da nossa dignidade, não pode vir, em última análise, de sistemas técnicos de controlo, mas apenas da força moral do homem: onde esta faltar, ou não for suficiente, o poder que o homem possui cada vez mais se transformará num poder de destruição", pode ler-se num dos seus textos.
Homem que conheceu, na sua Alemanha, o horror de um despotismo ateu - o nazismo - e que enfrentou, na universidade onde ensinou, os excessos do idealismo político dos anos 60 e 70 - que por vezes desembocaram no terrorismo -, Bento XVI defende que o moralismo político contemporâneo é "um moralismo de sentido errado, porque privado de uma serena racionalidade" e porque coloca com frequência "a utopia política acima da dignidade de cada homem".
Depois da derrota das ideologias que proclamavam a existência de um moralismo político absoluto e insusceptível de contestação, a nova fronteira do debate transferiu-se para estes terrenos que, se muitos proclamam vazios e sem referências, são na realidade um terreno propício às ambições políticas mais desenfreadas. Ambições que, como se viu com o nazismo, como se viu com o comunismo, lidam muito mal com uma qualquer autoridade exterior à área da política e do poder. Do "seu" poder.
Uma forma moderna dessa intolerância é o laicismo radical, "adversarial", isto é, aquela forma de olhar para a separação entre o Estado e a Igreja que não é neutra em relação aos diferentes credos, antes procura ocupar o seu espaço e, por isso, os combate. É um laicismo que, tal como sucedeu durante a I República com a Lei da Separação, não visa separar o que é de César do que é de deus, antes submeter o que é de deus aos desígnios de César.
Naturalmente que a originalidade radical do Cristianismo face a outras religiões monoteístas é incorporar essa separação desde a sua origem e, no caso do catolicismo, de manter um autoridade única, central e separada, capaz de ler os sinais dos tempos sem ser escrava das modas, o que é insuportável para os que cultivam o racionalismo sem concessões. No caso concreto de Bento XVI, as suas encíclicas e a notável lição preparada para ser lida na Universidade de Roma La Sapienza incomodam ainda mais por nelas se defender não só a pacífica coabitação entre fé e razão como - e cito Giorgio Israel, professor de História da Matemática - que "a fé não cresce a partir do ressentimento e da recusa da modernidade". Mais: por se defender que "o perigo do mundo ocidental é que o homem, obcecado pela grandeza do seu saber e do seu poder, esqueça o problema da verdade. E isto significa que a razão, no fim do dia, acabará por vergar-se às pressões dos interesses e do utilitarismo, perdendo a capacidade de reconhecer a verdade como critério único".
Por isso, como notou Ernesto Galli della Loggia no Corriere de la Sera, o gesto dos professores que impediram a ida de Bento XVI à La Sapienza, tal como o dos nossos furiosos "laicos", traduz sobretudo "uma laicidade oportunista, alimentada por um cientismo patético, arrogante na sua radicalidade cega".
O tímido Cardeal Ratzinger, que tímido não deixou de ser depois de ser eleito Papa, não se desviou da linha que, lida à distância, a sua homília pré-conclave traçava. Talvez também por isso, apesar de lidar melhor com as ideias diferentes do que o próprio João Paulo II, não tenha conseguido escapar ao estereótipo que, antes do mais, visa dar dele uma imagem caricatural e preconceituosa. Até porque o que Bento XVI diz incomoda mesmo os teólogos destas "novas" verdades reveladas, pois poucos, num lugar de poder como o dele, diriam humildemente que mesmo um Papa em Roma não existe para "impor a Fé de cima, pois esta é antes do mais um dom da liberdade".
E não há dúvida que é.
Talvez por isso mesmo eu, que não tenho fé, termine lembrando que, pouco tempo antes da morte de João Paulo II, numa conferência na Escola de Cultura Católica de Santa Croce, em Bassano, o ainda cardeal Ratzinger propôs a inversão do axioma dos iluministas de acordo com o qual era possível definir as normas morais essenciais etsi Deus non daretur, como se Deus não existisse, para passar a propor que "mesmo aqueles que não conseguem encontrar o caminho da aceitação de Deus deveriam procurar viver e orientar a sua vida veluti si Deus daretus, como se Deus existisse". Lembrou então que esse fora o conselho de Pascal aos seus amigos não-crentes, considerando que, assim, "ninguém fica limitado na sua liberdade, mas todas as nossas coisas encontram o apoio e o critério de que têm urgente necessidade".
Como alguém que se reconhece nos valores de uma Europa que, como Bento XVI correctamente defende, não é apenas um lugar geográfico mas o produto de uma civilização, e que a matriz dessa civilização é o Cristianismo (sem o qual não teria sido sequer possível o Iluminismo), aceito este desafio. Mais: nesse desafio marco encontro com Bento XVI e com a sua luta civilizacional, que é também minha.
Fonte:http://www.publico.pt/papaemportugal/Noticia/1435984
Na altura em que Bento XVI foi eleito, em Abril de 2005, previ que "dificilmente" o seu papado seria o de um mero continuador de João Paulo II. Cinco anos depois, e quando se prepara para visitar pela primeira vez Portugal como chefe da Igreja de Roma, é claro para todos que o Papa alemão não procurou ser o que não era - um líder carismático, à imagem do seu antecessor -, antes não descurou a reorganização da Igreja, centrando-a nos combates mais importantes da actual pós-modernidade.
Horas antes de se iniciar o Conclave que o escolheria como sucessor de Pedro, o então cardeal Ratzinger proferiu, como decano do Colégio dos Cardeais, uma homília que se tem vindo a revelar todo um programa. "Possuir uma fé clara, seguir os ensinamentos da Igreja, é classificado com frequência como fundamentalismo", disse então, perante os 115 cardeais eleitores. "Em contrapartida, o relativismo, isto é, o deixar-se levar "para aqui ou para ali por qualquer vento ou doutrina" parece a única atitude aceitável nos tempos que correm. Toma corpo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que deixa tudo ao critério do próprio ego e dos seus desejos".
Ao definir o relativismo moderno como o maior adversário contemporâneo do humanismo cristão, lembrou que "ser-se adulto" significa ter uma fé que não segue atrás das ondas das modas de hoje ou das últimas novidades". E por isso, apesar das mudanças que tem vindo a introduzir na Igreja - nomeadamente na dolorosa e delicada frente da denúncia e prevenção dos casos de pedofilia, onde tem sido de uma grande pro-actividade -, Bento XVI nunca se deixou levar pelo vento que, a espaços, foi soprando mais forte em diferentes direcções.
Ora o relativismo moderno não é apenas adversário do humanismo cristão - coloca também enormes desafios ao tipo de sociedades em que vivemos, livres e abertas porque baseadas num contrato de confiança entre todos os cidadãos que partilham um corpo de valores civilizacionais. Tal sucede porque o relativismo moderno dissolve esses valores sem deixar qualquer alternativa no seu lugar.
Quando Bento XVI critica, por exemplo, o niilismo ou o multiculturalismo, fá-lo a partir de um terreno que partilha com todos os que se preocupam com o deslaçamento e a inumanidade prevalecentes em muitos aspectos das sociedades contemporâneas.
O multiculturalismo não é uma forma de tornar as nossas sociedades mais plurais, pois não parte da necessária base comum a qualquer convivialidade, antes do esbatimento dos valores preexistentes. Por isso, ao criar um lugar vazio e sem referências, o multiculturalismo nunca poderá ser um ponto de encontro, antes de desencontros e mal-entendidos. E o niilismo anda naturalmente de braço dado com o multiculturalismo, sobretudo se pensarmos que este corresponde, de acordo com a definição de Leo Strauss, a não querer nada, não valorizar nada.
A crítica de Ratzinguer/Bento XVI tanto ao multiculturalismo como ao niilismo, onde as referências teológicas não impedem o recurso a grandes pensadores da liberdade e das sociedades abertas, como Karl Popper ou Isaiah Berlin, centra-se no que designa como a diminuição da "energia moral" nas nossas sociedades. "A segurança, de que necessitamos como pressuposto da nossa liberdade e da nossa dignidade, não pode vir, em última análise, de sistemas técnicos de controlo, mas apenas da força moral do homem: onde esta faltar, ou não for suficiente, o poder que o homem possui cada vez mais se transformará num poder de destruição", pode ler-se num dos seus textos.
Homem que conheceu, na sua Alemanha, o horror de um despotismo ateu - o nazismo - e que enfrentou, na universidade onde ensinou, os excessos do idealismo político dos anos 60 e 70 - que por vezes desembocaram no terrorismo -, Bento XVI defende que o moralismo político contemporâneo é "um moralismo de sentido errado, porque privado de uma serena racionalidade" e porque coloca com frequência "a utopia política acima da dignidade de cada homem".
Depois da derrota das ideologias que proclamavam a existência de um moralismo político absoluto e insusceptível de contestação, a nova fronteira do debate transferiu-se para estes terrenos que, se muitos proclamam vazios e sem referências, são na realidade um terreno propício às ambições políticas mais desenfreadas. Ambições que, como se viu com o nazismo, como se viu com o comunismo, lidam muito mal com uma qualquer autoridade exterior à área da política e do poder. Do "seu" poder.
Uma forma moderna dessa intolerância é o laicismo radical, "adversarial", isto é, aquela forma de olhar para a separação entre o Estado e a Igreja que não é neutra em relação aos diferentes credos, antes procura ocupar o seu espaço e, por isso, os combate. É um laicismo que, tal como sucedeu durante a I República com a Lei da Separação, não visa separar o que é de César do que é de deus, antes submeter o que é de deus aos desígnios de César.
Naturalmente que a originalidade radical do Cristianismo face a outras religiões monoteístas é incorporar essa separação desde a sua origem e, no caso do catolicismo, de manter um autoridade única, central e separada, capaz de ler os sinais dos tempos sem ser escrava das modas, o que é insuportável para os que cultivam o racionalismo sem concessões. No caso concreto de Bento XVI, as suas encíclicas e a notável lição preparada para ser lida na Universidade de Roma La Sapienza incomodam ainda mais por nelas se defender não só a pacífica coabitação entre fé e razão como - e cito Giorgio Israel, professor de História da Matemática - que "a fé não cresce a partir do ressentimento e da recusa da modernidade". Mais: por se defender que "o perigo do mundo ocidental é que o homem, obcecado pela grandeza do seu saber e do seu poder, esqueça o problema da verdade. E isto significa que a razão, no fim do dia, acabará por vergar-se às pressões dos interesses e do utilitarismo, perdendo a capacidade de reconhecer a verdade como critério único".
Por isso, como notou Ernesto Galli della Loggia no Corriere de la Sera, o gesto dos professores que impediram a ida de Bento XVI à La Sapienza, tal como o dos nossos furiosos "laicos", traduz sobretudo "uma laicidade oportunista, alimentada por um cientismo patético, arrogante na sua radicalidade cega".
O tímido Cardeal Ratzinger, que tímido não deixou de ser depois de ser eleito Papa, não se desviou da linha que, lida à distância, a sua homília pré-conclave traçava. Talvez também por isso, apesar de lidar melhor com as ideias diferentes do que o próprio João Paulo II, não tenha conseguido escapar ao estereótipo que, antes do mais, visa dar dele uma imagem caricatural e preconceituosa. Até porque o que Bento XVI diz incomoda mesmo os teólogos destas "novas" verdades reveladas, pois poucos, num lugar de poder como o dele, diriam humildemente que mesmo um Papa em Roma não existe para "impor a Fé de cima, pois esta é antes do mais um dom da liberdade".
E não há dúvida que é.
Talvez por isso mesmo eu, que não tenho fé, termine lembrando que, pouco tempo antes da morte de João Paulo II, numa conferência na Escola de Cultura Católica de Santa Croce, em Bassano, o ainda cardeal Ratzinger propôs a inversão do axioma dos iluministas de acordo com o qual era possível definir as normas morais essenciais etsi Deus non daretur, como se Deus não existisse, para passar a propor que "mesmo aqueles que não conseguem encontrar o caminho da aceitação de Deus deveriam procurar viver e orientar a sua vida veluti si Deus daretus, como se Deus existisse". Lembrou então que esse fora o conselho de Pascal aos seus amigos não-crentes, considerando que, assim, "ninguém fica limitado na sua liberdade, mas todas as nossas coisas encontram o apoio e o critério de que têm urgente necessidade".
Como alguém que se reconhece nos valores de uma Europa que, como Bento XVI correctamente defende, não é apenas um lugar geográfico mas o produto de uma civilização, e que a matriz dessa civilização é o Cristianismo (sem o qual não teria sido sequer possível o Iluminismo), aceito este desafio. Mais: nesse desafio marco encontro com Bento XVI e com a sua luta civilizacional, que é também minha.
Fonte:http://www.publico.pt/papaemportugal/Noticia/1435984
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quarta-feira, 5 de maio de 2010
A visita do Papa
... tem gerado em vários países, Portugal é um deles, um surto de imbecilidade considerável. À falta de anticlericalismo popular, há agora uma nova forma de anticlericalismo intelectual de parte da esquerda « fracturante ». Enquanto não houver um Papa que seja mulher, lésbica, negra, de preferência não crente, e que vote nos EUA no Obama, os Papas, em particular este, são alvos preferenciais. E este acirra os ânimos de forma muito especial porque é branco, alemão, conservador, teólogo, e conhece bem demais a impregnação da doutrina cristã pelas variantes na moda desde os anos sessenta de « progressismo » esquerdizante. A absurda intolerância dos « fracturantes » exerce-se então em toda a sua amplitude. Abrupto, 2010.05.02
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segunda-feira, 26 de abril de 2010
Destruição de uma Civilização!
O coincidente panorama da sociedade Portuguesa, governada pelo partido socialista, que pinta Portugal de um rosa já muito avermelhado devido aos seus longos doze anos de governo, interrompidos apenas por 3 pelo PSD nestes últimos 15 anos, e com os estragos perpetuados pelos comunistas em Cabo Verde e em muitos outras nações, transformando as sociedades em aglomerados de coisas e não de pessoas, que buscam o poder totalitário!
Retirado do site Mídia sem Máscara - A "pobreza" e a "desigualdade" são apenas uma tentativa de legitimação, a posteriori, de uma vasta decadência moral e espiritual, incentivada, primeiro, enquanto raison d'État, pelo "materialismo dialéctico" do partido único e, depois, pelo triunfo do relativismo moral no sistema educativo e na imprensa, o que levou, sem uma consistente oposição, à "ditadura do politicamente correcto" e à gradual inversão dos valores, que é, hoje, regra, e não excepção, na sociedade cabo-verdiana. (A "ética da malandragem"1 é o produto de uma lenta desconstrução da alma cabo-verdiana, iniciada nos alvores do "socialismo precário" do pós-independência, cuja grande aposta era o alcançar do "homem novo", um homem light e desprovido do sentido de transcendência, mas fiel à lógica revolucionária e à política subversiva do partido-guia e do seu exército de intelectuais orgânicos, os guardiões do Mito e das maravilhas rutilantes da propaganda; não se pode ignorar os estragos que a "engenharia política" de inspiração totalitária fez no tecido social cabo-verdiano, fragilizando as famílias, a administração pública, a ética do trabalho e a sociedade civil).
1- No caso português, os casos de corrupção sucedem-se, mas somos cada vez mais coisas, prontas para ser engolidas pela besta comunista !
Retirado do site Mídia sem Máscara - A "pobreza" e a "desigualdade" são apenas uma tentativa de legitimação, a posteriori, de uma vasta decadência moral e espiritual, incentivada, primeiro, enquanto raison d'État, pelo "materialismo dialéctico" do partido único e, depois, pelo triunfo do relativismo moral no sistema educativo e na imprensa, o que levou, sem uma consistente oposição, à "ditadura do politicamente correcto" e à gradual inversão dos valores, que é, hoje, regra, e não excepção, na sociedade cabo-verdiana. (A "ética da malandragem"1 é o produto de uma lenta desconstrução da alma cabo-verdiana, iniciada nos alvores do "socialismo precário" do pós-independência, cuja grande aposta era o alcançar do "homem novo", um homem light e desprovido do sentido de transcendência, mas fiel à lógica revolucionária e à política subversiva do partido-guia e do seu exército de intelectuais orgânicos, os guardiões do Mito e das maravilhas rutilantes da propaganda; não se pode ignorar os estragos que a "engenharia política" de inspiração totalitária fez no tecido social cabo-verdiano, fragilizando as famílias, a administração pública, a ética do trabalho e a sociedade civil).
1- No caso português, os casos de corrupção sucedem-se, mas somos cada vez mais coisas, prontas para ser engolidas pela besta comunista !
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