segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Dogmas da Igreja Católica

Fonte: Wikipédia

Na Igreja Católica, um dogma é uma verdade absoluta, definitiva, imutável, infalível, inquestionável e "absolutamente segura sobre a qual não pode pairar nenhuma dúvida" [1]. Uma vez proclamado solenemente, "nenhum dogma pode ser" revogado ou "negado, nem mesmo pelo Papa ou por decisão conciliar" [1] Por isso, os dogmas constituem a base inalterável de toda a Doutrina católica [2] e qualquer católico é obrigado a aderir, aceitar e acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável [3].

Os dogmas têm estas características porque os católicos acreditam que um dogma é uma verdade que está contida, implícita ou explicitamente, na imutável Revelação divina ou que tem com ela uma "conexão necessária" [3]. Para que estas verdades se tornem em dogmas, elas precisam de ser propostas pela Igreja Católica directamente à sua fé e à sua doutrina, através de uma definição solene e infalível pelo Supremo Magistério da Igreja (Papa ou Concílio ecuménico com o Papa [4]) e do posterior ensinamento destas pelo Magistério ordinário da Igreja. Para que tal proclamação ou clarificação solene aconteça, são necessárias duas condições:

* o Sentido deve estar suficientemente manifestado como sendo uma autêntica verdade revelada por Deus [5];
* a verdade ou doutrina em causa deve ser proposta e definida solenemente pela Igreja como sendo uma verdade revelada e uma parte integrante da fé católica [5].

Mas, "a definição dos dogmas ao longo da his­tó­­ria da Igreja não quer dizer que tais ver­dades só tardiamente tenham sido re­veladas, mas que se tornaram mais cla­ras e úteis para a Igreja na sua progres­são na fé" [6]. Por isso, a definição gradual dos dogmas não é contraditório com a crença católica de que a Revelação divina é inalterável, definitiva e imutável desde da ascensão de Jesus.

Os mais importantes dog­mas, que tratam de assuntos como a Santíssima Trindade e Jesus Cristo, "fo­ram definidos nos primeiros concílios ecuménicos; o Concílio Vaticano I foi o último a definir verdades dogmá­ti­cas (primado e infalibilidade do Papa)". As definições de dogmas "mais recentes estão a da Imaculada Conceição [...] (1854) e da Assunção de Nossa Senhora [...] (1950)" [6].
Lista dos dogmas proclamados pela Igreja Católica

A Igreja Católica proclama a existência de muitos Dogmas, sendo 43 o número dos seus principais dogmas. Eles estão subdivididos em 8 categorias diferentes [5]:

* Dogmas sobre Deus
* Dogmas sobre Jesus Cristo
* Dogmas sobre a criação do mundo
* Dogmas sobre o ser humano
* Dogmas marianos
* Dogmas sobre o Papa e a Igreja
* Dogmas sobre os sacramentos
* Dogmas sobre as últimas coisas

Dogmas sobre Deus

1- A Existência de Deus

"A ideia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhecê-Lo com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra"

2- A Existência de Deus como Objecto de Fé

"A existência de Deus não é apenas objecto do conhecimento da razão natural, mas também é objecto da fé sobrenatural "

3- A Unidade de Deus

"Não existe mais que um único Deus "

4- Deus é Eterno

"Deus não tem princípio nem fim"

5- Santíssima Trindade

"Em Deus há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência divina que é numericamente a mesma "

Dogmas sobre Jesus Cristo

6- Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência

"O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus."

7- Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam

"Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento"

8- Cada uma das naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física

"Existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso"

9- Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus

"O Pai celestial quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo"

10- Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício

"Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício."

11- Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz

"Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão"

12- Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos

"ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, se levantou do sepulcro"

13- Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai

"ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu em Corpo e Alma"

Dogmas sobre a criação do mundo

14- Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada

"A criação do mundo do nada, não apenas é uma verdade fundamental da revelação cristã, mas também que ao mesmo tempo chega a alcançá-la a razão com apenas suas forças naturais, baseando-se nos argumentos cosmológicos e sobretudo na argumento da contingência."

15- Carácter temporal do mundo

"O mundo teve princípio no tempo"

16- Conservação do mundo

"Deus conserva na existência a todas as coisas criadas"

Dogmas sobre o ser humano

17- O homem é formado por corpo material e alma espiritual

"O humano como comum constituída de corpo e alma"

18- O pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por geração, não por imitação

"Pecado, que é morte da alma, se propaga de Adão a todos seus descendentes por geração e não por imitação, e que é inerente a cada indivíduo"

19- O homem caído não pode redimir-se a si próprio

"Somente um ato livre por parte do amor divino poderia restaurar a ordem sobrenatural, destruída pelo pecado"

Dogmas marianos

20- A Imaculada Conceição de Maria

"A Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, foi por singular graça e privilégio de Deus omnipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original"

21- Maria, Mãe de Deus

"Maria, como uma virgem perpétua, gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o sujeito nascido não tem uma natureza humana, mas sim o suposto divino que a sustenta, ou seja, o Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem"

22- A Assunção de Maria

"A Virgem Maria foi assumpta ao céu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo não sofreu nenhuma corrupção como sucederá com todos os homens que ressuscitarão até o final dos tempos, passando pela descomposição."
Dogmas sobre o Papa e a Igreja

23-A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo

"Cristo fundou a Igreja, que Ele estabeleceu os fundamentos substanciais da mesma, no tocante a doutrina, culto e constituição"

24- Cristo constituiu o Apóstolo São Pedro como primeiro entre os Apóstolos e como cabeça visível de toda Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o primado da jurisdição

"O Romano Pontífice é o sucessor do bem-aventurado Pedro e tem o primado sobre todo rebanho"

25- O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda Igreja, não somente em coisas de fé e costumes, mas também na disciplina e governo da Igreja

"Conforme esta declaração, o poder do Papa é: de jurisdição, universal, supremo, pleno,
ordinário, episcopal, imediato"

26- O Papa é infalível sempre que se pronuncia ex cathedra.

"Para compreender este dogma, convém ter na lembrança:

Sujeito da infalibilidade papal é todo o Papa legítimo, em sua qualidade de sucessor de Pedro e não outras pessoas ou organismos (ex.: congregações pontificais e antipapas) a quem o Papa confere parte de sua autoridade magistral".

O objecto da infalibilidade são as verdades de fé e costumes, reveladas ou em íntima conexão com a revelação divina.

A condição da infalibilidade é que o Papa fale ex catedra:

- Que fale como pastor e mestre de todos os fiéis fazendo uso de sua suprema autoridade.

- Que tenha a intenção de definir alguma doutrina de fé ou costume para que seja acreditada por todos os fiéis. As encíclicas pontificais não são definições ex catedra.

A razão da infalibilidade é a assistência sobrenatural do Espírito Santo, que preserva o supremo mestre da Igreja de todo erro.

A consequência da infalibilidade é que a definição ex catedra dos Papas sejam por si mesmas irreformáveis, sem a intervenção ulterior de qualquer autoridade."

27- A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de fé e costumes

"Estão sujeitos à infalibilidade:

- O Papa, quando fala ex catedra
- O episcopado pleno, com o Papa, que é a cabeça do episcopado, é infalível quando reunido em concílio ecuménico ou disperso pelo rebanho da terra, ensina e promove uma verdade de fé ou de costumes para que todos os fiéis a sustentem"

Dogmas sobre os sacramentos

28- O Baptismo é verdadeiro Sacramento instituído por Jesus Cristo

"Foi dado todo poder no céu e na terra; ide então e ensinai todas as pessoas, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"

29- A Confirmação é verdadeiro e próprio Sacramento

"Este Sacramento concede aos baptizados a fortaleza do Espírito Santo para que se consolidem interiormente em sua vida sobrenatural e confessem exteriormente com valentia sua fé em Jesus Cristo."

30- A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o Baptismo

"Foi comunicada aos Apóstolos e a seus legítimos sucessores o poder de perdoar e de reter os pecados para reconciliar aos fiéis caídos depois do Baptismo"

31- A Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária para a salvação

"Basta indicar a culpa da consciência apenas aos sacerdotes mediante confissão secreta"

32- A Eucaristia é verdadeiro Sacramento instituído por Cristo

"Aquele que come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida eterna"

33- Cristo está presente no sacramento do altar pela Transubstanciação de toda a substância do pão em seu corpo e toda substância do vinho em seu sangue

"Transubstanciação é uma conversão no sentido passivo; é o trânsito de uma coisa a outra. Cessam as substâncias de Pão e Vinho, pois sucedem em seus lugares o Corpo e o Sangue de Cristo. A Transubstanciação é uma conversão milagrosa e singular diferente das conversões naturais, porque não apenas a matéria como também a forma do pão e do vinho são convertidas; apenas os acidentes permanecem sem mudar: continuamos vendo o pão e o vinho, mas substancialmente já não o são, porque neles está realmente o Corpo, o Sangue, Alma e Divindade de Cristo."

34- A Unção dos enfermos é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo

"Existe algum enfermo entre nós? Façamos a unção do mesmo em nome do Senhor"

35- A Ordem é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo

"Existe uma hierarquia instituída por ordenação Divina, que consta de Bispos, Presbíteros e Diáconos"

36- O matrimónio é verdadeiro e próprio Sacramento

"Cristo restaurou o matrimónio instituído e bendito por Deus, fazendo que recobrasse seu primitivo ideal da unidade e indissolubilidade e elevando-o a dignidade de Sacramento."

Dogmas sobre as últimas coisas

37-A Morte e sua origem

"A morte, na actual ordem de salvação, é consequência primitiva do pecado"

38- O Céu (Paraíso)

"As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda culpa e pena de pecado entram no céu"

39- O Inferno

"O inferno é uma possibilidade graças a nossa liberdade. Deus nos fez livres para amá-lo ou para rejeitá-lo. Se o céu pode ser representado como uma grande ciranda onde todos vivem em plena comunhão entre si e com Deus, o inferno pode ser visto como solidão, divisão e ausência do amor que gera e mantém a vida. Deve-se salientar que a vontade de Deus é a vida e não a morte de quem quer que seja. Jesus veio para salvar e não para condenar. No limite, Deus não condena ninguém ao inferno. É a nossa opção fundamental, que vai se formando ao longo de toda vida, pelas nossos pensamentos, actos e omissões, que confirma ou não o desejo de estar com Deus para sempre. De qualquer forma, não se pode usar o inferno para convencer as pessoas a acreditar em Deus ou a viver a fé. Isso favorece a criação de uma religiosidade infantil e puramente exterior. Deve-se privilegiar o amor e não o temor. Só o amor move os corações e nos faz adorar a Deus e amar o próximo em espírito e vida."

40- O Purgatório

"As almas dos justos que no instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por penas temporais devidas pelo pecado vão ao purgatório. O purgatório é estado de purificação"

41- O Fim do mundo e a Segunda vinda de Cristo

"No fim do mundo, Cristo, rodeado de majestade, virá de novo para julgar os homens"

42- A Ressurreição dos Mortos no Último Dia

"Aos que crêem em Jesus e comem de Seu corpo e bebem de Seu sangue, Ele lhes promete a ressurreição"

43- O Juízo Universal

"Cristo, depois de seu retorno, julgará a todos os homens."

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