Senhor, curai as feridas do nosso coração, Ámen!
Foram cometidas as piores atrocidades, relatadas pelos próprios revolucionários: em Ponts-de-Cé cortem a pele dos vendeanos para fazerem com ela fundilhos para calças de montar destinadas aos oficiais superiores. Em Angers, cortam as cabeças para as dissecar; em Herbiers, lançam as mulheres e as crianças, pertençam elas ao lado dos brancos ou ao dos azuis, para dentro de fornos; em Clisson, fazem derreter os corpos para lhes aproveitar a gordura para os hospitais e as carroças, etc.
Todo e qualquer sentimento magnânimo é proibido, como proclama Carrier: «Que não venham falar de humanidade em relação a estes ferozes vendeanos; serão todos exterminados; as medidas adoptadas garantem-nos um rápido regresso à tranquilidade nesta região; mas é preciso não deixar um único rebelde pois o seu arrependimento nunca será sincero.»
Lequinio exige que não se façam mais prisioneiros: «Se me é permitido dizê-lo», clama ela na Convenção, «desejaria que se adoptassem as mesmas medidas em todos exércitos; nesse caso, com os nossos inimigos usando de reciprocidade, seria impossível que doravante tivéssemos cobardes.» Se, por infelicidade, um militar republicano viesse a ser libertado, devia-se a si mesmo a obrigação de reparar essa «nódoa» e lançar a sua vingança sobre a população. Os 5000 azuis libertados por Bonchamps, agonizante, em 18 de Outubro de 1793, ao massacrarem as populações no seu caminho de regresso a Nantes, não cumpriram mais do que o seu dever de republicanos segundo a formulação oficial.
O genocídio foi acompanhado pela ruína da região: «Trata-se, para o ministro Barère, de varrer com o canhão o solo da Vendeia e de o purificar pelo fogo.» Se este genocídio, apesar das intenções e da programação , não foi levado até ao fim, deveu-se unicamente «à insuficiência dos meios.» Turreau refere-se a isto, aliás desesperado, «porque é para ele detestável ver que suspeitam do seu zelo e da sua opinião». De mais a mais, diz-se mal secundado.
Impõe-se fazer um balanço: a Vendeia militar, no conjunto de uma população estimada em 815 000 pessoas, perdeu, pelo menos, 117 000 membros, dos quais uma grande parte em resultado do sistema de despovoamento denunciado na época por Gracchus Bafeub, pai do comunismo, que aliás fala de populicídio. Seja como for, pelo menos 10 300 casass em Deux-Sèvres e de um terço da Vendeia. Seja como for, pelo menos 10 300 casas em 53 273, recenseadas unicamente nos departamentos do Loire-Inferior, de Deux-Sèvres e de um terço da Vendeia, foram destruídas. Certas zonas, por razões diversas, foram mais atingidas do que outras. foi assim que Bressuire perdeu 80 por cento das suas habitações; Cholet 40 por cento da sua população, etc.
Fonte: O Livro Negro da revolução Francesa DIR. Renaud Escande
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário