quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tempos de crise e decadência II

Em acção de graças pelo reinado do Papa Bento XVI, Amén.

A ditadura do relativismo domina todas as instituições, estruturas, ideias, o ser do Ocidente, este estado mental, permanece devido à ausência da novidade, nesta história já tão velha.. Não há coisas novas para acreditar, só temos aquilo que permanece... Mas o Homem, busca sempre o que é novo, para descartá-lo logo a seguir por ser velho, de facto só o infinito, o absoluto, saciará plenamente o Homem. Por isso só as obras intemporais, só as ideias intemporais, as instituições intemporais, é que merecem o louvor dos homens e das sociedades, e é nestes tempos de velhice e decadência, que as coisas intemporais presentes na história até aos nosso dias, é que começam a ganhar importância e a reluzir mais, por conseguirem vencer a lei do tempo provando o seu valor e universalidade. É neste contexto, que a Igreja Católica tem de retirar do seu baú os seus imemoriais tesouros, porque as almas hoje têm sede do que é intemporal, querem se tornar outra vez fortalezas e não ondas agitadas. Nestes tempos sem crescimento, sem nada de novo, o que permanece brilha mais, tal como as estrelas que brilham no céu, quantos mais afastados estamos das luzes do mundo, e hoje o mundo ocidental tem poucas luzes.

Bom, aquilo a que quero chegar, é como chegámos aqui? Nós Católicos cremos que a Igreja Católica como sacrário de Cristo, como mãe que prepara-se para dar à luz, com Mãe da Luz, que tem como missão dar muitos filhos a Deus, será que deixou de iluminar e ficou estéril? É impossível, no entanto hoje, quando o mundo tem fome de Deus, a acção da Igreja é escassa em frutos, a conversão é lenta, a renovação dos espíritos é lenta.. A conclusão é óbvia, a Igreja deixou-se contaminar pela esterilidade do mundo, e hoje tanto a cidade temporal, como a cidade espiritual, padecem da mesma doença, que é o tempo, na primeira é natural, na segunda não, pois Cristo a cabeça da Igreja está fora do tempo junto com a Igreja Triunfante. Por isso mesmo a Igreja Militante sofre de um paradoxo, que é uma doença para qual tem a cura, Jesus Cristo a Verdade que transcende o Tempo, por isso só tem que prestar o verdadeiro culto que recebeu de Cristo pela sucessão apostólica. Será que é difícil?

O próprio relativismo e modernismo já são velhos, parafraseando um génio literário português ainda que herege na doutrina, Fernando Pessoa define o homem pelo seu heterónimo Ricardo Reis, como "sepulcros adiados que procriam", mais relativismo que isto não há! E já morreu há mais de 70 anos, por isso para nós Católicos, ficámos aflitos quando a Igreja tarda em iluminar um mundo tão velho... resta-nos orar e esperar, para que a Igreja volte outra vez a sua cara para Deus e não para os homens!

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