domingo, 27 de setembro de 2009

A Ressurreição de Cristo V

Este texto foi retirado do meu outro blog e este retirado do livro "History of the Christian Church" de Philip Schaff

4. A TEORIA VISÃO. Cristo ressuscitou apenas na imaginação dos seus amigos, no qual confundiram um sonho ou uma visão subjectiva da realidade, e desse modo foram incentivados a proclamar a sua fé na Ressurreição com o risco de morte. O seu desejo era conceber uma Fé, a sua Fé concebeu um facto, e a Fé, uma vez iniciada, espalhou-se com o poder de uma epidemia religiosa de pessoa para pessoa de lugar para lugar. A sociedade Cristã forjou o milagre pelo seu intenso amor a Cristo. Desta forma, a ressurreição não pertence de forma nenhuma à história de Cristo, mas à vida interior dos seus discípulos. É apenas a personificação do renascer da sua Fé.
Esta hipótese foi inventada por um adversário pagão no segundo século e logo enterrada, mas renasceu para nova vida no século XIX, e espalhou-se como uma epidemia entre cépticos críticos na Alemanha, França, Holanda e Inglaterra221.
Os defensores desta hipótese, apelam em primeiro lugar e principalmente para a visão de São Paulo a caminho de Damasco, o que ocorreu alguns anos mais tarde, e está, no entanto, colocada ao nível da forma das aparências que ocorria com os apóstolos (1 Cor. 15:8), ao lado de supostas analogias na história do misticismo religioso e entusiástico, como as visões individuais de São Francisco de Assis, a Dama de Orleães, Santa Teresa (que acreditava que Ela tinha visto Jesus em pessoa, com os olhos da alma mais distintamente do que ela poderia ter visto Ele com os olhos do corpo), Swedenborg, mesmo Maomé, e as visões colectivas dos Montanists na Ásia Menor, o Camisards em França, a espectral ressurreição do mártir Thomas à Becket de Canterbury e Savonarola de Florença na excitada imaginação dos seus admiradores, e as aparições da Virgem Imaculada em Lourdes222.
Ninguém negará que fantasias subjectivas e impressões são muitas vezes confundidas com realidades objectivas. Mas, com a excepção do caso de São Paulo, que se deve considerar em seu devido lugar, e que acaba por ser, mesmo, de acordo com admissão dos líderes dos cépticos críticos, um poderoso argumento contra a teoria mítica ou visionária, essas supostas analogias são totalmente irrelevantes, pois, para não falar de outras diferenças, elas foram isoladas e um fenómeno que passou sem deixar marcas na história, enquanto a Fé na Ressurreição de Cristo revolucionou o mundo inteiro. Deve portanto, ser tratado em seus próprios méritos, como um caso único no total.
(a) O primeiro argumento contra a natureza da teoria visão, e em favor da realidade objectiva é o túmulo vazio de Cristo. Se ele não ressuscitou, o seu corpo deve ter sido removido ou permanecido no túmulo. Se removido pelos discípulos, seriam culpados de uma deliberada falsidade na pregação da ressurreição e, em seguida, a hipótese da teoria visão explodia na teoria da fraude. Se removido pelos inimigos, então estes inimigos tinham a melhor evidência contra a ressurreição, e não teriam falhado na seu objectivo e, portanto, para expor a blasfémia dos discípulos. O mesmo é verdade, se o corpo tivesse permanecido no túmulo. Os assassinos de Cristo certamente não perderiam esta oportunidade de destruir a própria fundação da seita odiada.
Para escapar desta dificuldade, Strauss remove a origem da ilusão para fora da Galileia, mesmo se os Discípulos fugiram, mas isto não ajuda a questão, eles voltaram para dentro de algumas semanas a Jerusalém, onde encontrámos todos eles na assembleia no dia do Pentecostes.
Este argumento é fatal mesmo para a hipótese mais condescendente, que admite uma manifestação espiritual de Cristo no céu, mas nega a ressurreição do corpo.
(b) Se Cristo realmente não Ressuscitou, então as palavras que Ele falou a Maria Madalena, para os discípulos de Emaús, ao duvidoso Tomé, a Pedro no lago de Tiberias, a todos os discípulos no Monte da Oliveira, foram igualmente piedosas ficções. Mas quem pode acreditar que palavras de tal dignidade e majestade, tão merecidas no solene momento da partida para o trono da glória, tal como o mandamento de pregar o Evangelho a toda a criatura, para baptizar as nações em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, e a promessa de estar com os seus discípulos até ao fim dos tempos, promessa perfeitamente verificada na experiência quotidiana da Igreja, como poderia proceder de sonhadores que enganavam-se a si próprios entusiasticamente ou fanáticos loucos ou qualquer mais do que o Sermão da Montanha ou a oração Sacerdotal! E quem, com alguma coisa de sentido histórico, pode supor que Jesus nunca institui o baptismo, que tem sido realizado em seu nome desde o dia do Pentecostes, e que, como a celebração da Ceia do Senhor, testemunha-o todos os dias em que o Sol nasce e põe!
(c) Se as visões da Ressurreição foi o produto de uma imaginação excitada, é inexplicável que elas tenham cessado subitamente no quadragésimo dia (Actos 1:15), e não ocorrerem a qualquer um dos discípulos mais tarde, com a única excepção de Paulo, que expressamente representa a visão de Cristo como “a última”. Mesmo no dia de Pentecostes Cristo não apareceu a Eles, mas, de acordo com a sua promessa “ o outro Paráclito” desceu sobre Eles; O Estevão viu Cristo no Céu, não na Terra.223
(d) A principal objecção à teoria da visão, é a sua intrínseca impossibilidade. Isso torna a mais exorbitante reivindicação sob a nossa credulidade. Obriga-nos a acreditar que muitas pessoas, individuais e colectivas, em diferentes épocas, e em diferentes lugares, de Jerusalém a Damasco, tiveram a mesma visão o mesmo sonho, desde mulheres no sepulcro aberto no inicio da manhã, Pedro e João e logo depois, os dois discípulos caminhando para Emaús à tarde do dia da ressurreição, os Apóstolos reunidos de noite, na ausência de Tomé, de novo no seguinte Dia do Senhor, na presença do céptico Tomé, aos sete Apóstolos no lago de Tiberias, em uma ocasião a quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda estavam vivos quando Paulo relatou o facto e, em seguida, Tiago, o irmão do Senhor, que anteriormente não acreditava nele, outra vez aos Apóstolos no Monte da Oliveira na Ascensão, e finalmente ao determinado, forte de espírito e perseguidor a caminho de Damasco, e a todos os Homens e Mulheres em todas essas diferentes ocasiões, que vaidosamente imaginaram que viram e ouviram o mesmo Jesus, em forma corporal, e que por esta visão onde todos se fundamentaram, ergueram-se de uma só vez a partir da mais profunda escuridão em que a crucificação do Senhor os tinha deixado, para a mais audaciosa Fé e mais forte Esperança que impeliu-os a proclamar o Evangelho e a Ressurreição desde Jerusalém a Roma para o fim das suas vidas! E essa ilusão dos primeiros Discípulos criou a maior revolução não só nas suas próprias opiniões e de conduta, mas entre os Judeus e Gentios e na subsequente história da Humanidade! Esta ilusão, no qual esperam que nós cremos, esses não crentes, deu à luz o mais real e o mais poderoso de todos os factos, a Igreja Cristã que durou estes dezoito séculos e hoje está espalhado por todo o mundo civilizado, abrangendo mais membros do que nunca, e exercendo um poder moral do que todos os Reinos e todas as outras Religiões combinadas!
A teoria da visão, em vez de se livrar do milagre, apenas muda-o de facto para ficção, criando uma vazia desilusão mais poderosa do que a verdade, ou tornando toda a própria História numa delírio. Antes que possamos argumentar a Ressurreição de Cristo, como fora da História, devemos discutir a existência dos Apóstolos e o próprio Cristianismo. Ou admitimos o milagre, ou francamente confessar que nos encontrámos aqui perante um mistério inexplicável.

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