quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Criação segundo a Ciênçia II

Será que o universo é fruto do acaso, talvez o leitor ache interessante uma afirmação feita por um cientista da NASA, altamente qualificado nesses assuntos. É muito mais provável — dizia este professor — que uma lagartixa, um camundongo e um pardal façam por acaso (só passeando, arrastando e deixando à toa pedacinhos de metal, areia, etc.) um computador de última geração, do que o pretenso surgimento do universo — desde as galáxias até às borboletas — sem que tenha havido como causa de tudo uma Inteligência suprema, criadora, ordenadora e providente, ou seja, sem Deus.(a)

Este texto que se segue foi retirado do livro "Fórmula de Deus", escrito por José Rodrigues dos Santos, que aconselho a comprar, pois o escritor tem o mérito de explicar a um leigo, as teorias da física mais avançadas.

Boa Leitura!

1-A energia libertada no Big Bang, para que o universo expandir-se de modo ordeiro como o conhecemos, teria que ter uma precisão na ordem dos 10 elevado a 120, ou seja 120 zeros a seguir ao número 10, se a energia fosse uma fracção maior, não se formariam galáxias e dispersaria, se fosse uma fracção menor, consumir-se-ia num gigantesco buraco negro, o que equivaleria há hipótese de atirar uma seta ao acaso para o espaço e ela atravessar todo o cosmo e ir atingir uma alvo com milímetro de diâmetro localizado na galáxia mais próxima.

2-Quando ocorreu a grande expansão criadora não havia matéria. A temperatura era imensamente elevada, tão elevada que nem os átomos se conseguiam formar. O universo era então uma sopa escaldante de partículas e antipartículas, criadas a partir de energia e sempre a aniquilarem-se umas às outras. Essas partículas, os quarks e os antiquarks, são idênticas umas às outras, mas com cargas opostas, e, quando se tocam, explodem e voltam a ser energia. À medida que o universo se ia expandindo, a temperatura ia baixando, e os quarks e antiquarks foram formando partículas maiores, chamadas hadrões, mas sempre a aniquilarem-se umas às outras, Criou-se assim a matéria e antimatéria. Como as quantidades eram iguais e ambas se aniquilavam mutuamente, o universo apresentava-se constituído por energia e partículas de existência efémera e não havia hipótese de se formar matéria duradoura.
O que se passou, no entanto, foi que, por uma razão misteriosa, a matéria começou a ser produzida numa quantidade minusculamente maior do que a antimatéria. Para cada dez mil milhões de antipartículas, produziam-se dez mil milhões e umas partículas.
10000000000 Antipartículas
10000000001 Partículas
Isto é por dez mil milhões de partículas eram destruídas por dez mil milhões de antipartículas, mas sobrava sempre uma que não era destruída, juntando-se a outras sobreviventes nas mesmas circunstâncias, formou a matéria. Mais um acaso extraordinário.

3-Outra questão onde o universo requer uma incrível afinação é a sua homogeneidade. A distribuição da densidade da matéria é muito homogénea, mas não é totalmente homogénea. Quando ocorreu o Big Bang, as diferenças de densidade eram incrivelmente pequenas e foram sendo amplificadas ao longo do tempo pela instabilidade gravitacional da matéria. Outro golpe de sorte. O grau de não uniformidade é extraordinariamente pequeno, na ordem de um para cem mil, exactamente o valor necessário para permitir a estruturação do universo. Nem mais, nem menos. Se fosse marginalmente maior, as galáxias depressa se transformariam em densos aglomerados e formavam-se buracos negros antes de estarem reunidas às condições para a vida. Por outro lado de não uniformidade fosse marginalmente mais pequeno, a densidade da matéria seria demasiada fraca e as estrelas não se formariam.

4-A própria existência das estrelas com uma estrutura semelhante à do Sol, adequada à vida resulta de um novo golpe de sorte… Repare, a estrutura de uma estrela depende de um equilíbrio delicado no seu interior. Se a irradiação de calor for demasiado fraca, a estrela transforma-se numa gigante azul e se for demasiado fraca a estrela torna-se uma anã vermelha. Uma é excessivamente quente e outra excessivamente fria e ambas provavelmente não têm planetas. Mas a maior parte das estrelas, incluindo o Sol, situa-se entre estes dois extremos, e o que é extraordinário é que os valores para além destes são altamente prováveis, mas não ocorreram. Em vez disso, a relação das forças e a relação das massas das partículas dispõem de um valor tal que parecem ter conspirado para que a generalidade das estrelas se situe no estreito espaço entre os dois extremos, assim a possibilitando a existência e predominância de estrelas como o Sol. Altere-se marginalmente o valor da gravidade, da força electromagnética ou da relação de massas entre o electrão e o protão e nada do que vemos no universo se torna possível.

5-Duas constantes da natureza, justamente a proporção das massas dos electrões e protões, designada constantes Beta, e a força de interacção electromagnética, designada constante da estrutura fina, ou Alfa, alterando os valores, e calculando as consequências de tal alteração. Faça-se um pequeno aumento do Beta que determina as posições bem definidas e estáveis dos núcleos dos átomos e que obriga os electrões a moverem-se em posições bem precisas em torno desses núcleos. Se o valor do Beta for marginalmente diferente, os electrões começam a agitar-se de mais impossibilitam a realização de processos muito precisos, como a reprodução do ADN, Por outro lado, é o actual valor de Beta que, em ligação com Alfa, torna o centro das estrelas suficientemente quentes para gerarem reacções nucleares. Se Beta exceder em 0,005 o valor do quadrado de Alfa, não haverá estrelas. Sem estrelas, não há Sol, sem Sol, não há Terra nem vida. E se o Alfa aumentar em apenas quatro por cento, o carbono não poderá ser produzido nas estrelas. E se aumentar apenas 0,1 não haverá fusão nas estrelas. Sem carbono nem fusão estelar, não haverá vida. Ou seja, para que o universo possa gerar vida, é necessário que o valor da constante da estrutura fina seja exactamente o que é. Nem mais, nem menos.
Também a força Nuclear forte, aquela que provoca as fusões nucleares nas estrelas e nas bombas de hidrogénio, descobriu-se que ao aumentar a força forte em apenas quatro por cento, isso faria com que, nas fases iniciais após o Big Bang, todo o hidrogénio do universo se queimasse rápido de mais, convertendo-se em hélio 2. Isso seria um desastre, porque significaria que as estrelas esgotariam depressa o seu combustível e algumas se transformariam em buracos negros antes de existirem condições para a criação da vida. Por outro lado, se reduzisse a força forte em dez por cento, isso afectaria o núcleo dos átomos de um modo tal que impediria a formação de elementos mais pesados, um dos quais é o carbono, não há vida, … ou seja o valor da força forte dispõe de apenas um pequenos intervalo para criar as condições para a vida e, como que por providencial milagre é justamente nesse estritíssimo intervalo que a força forte se situa.
Aliás, a conversão de hidrogénio em hélio, crucial para a vida, é um processo que requer absoluta afinação. A transformação tem de obedecer a uma taxa exacta de sete milésimos da sua massa para energia. Se baixar uma fracção, a transformação não ocorre e o universo só tem hidrogénio. Se aumentar uma fracção, o hidrogénio esgota-se rapidamente em todo o universo.
0,006% - Só hidrogénio
0,008% – hidrogénio esgotado
Ou seja, para que exista a vida é necessário que a taxa de conversão do hidrogénio em hélio se situe exactamente neste intervalo. E olhe a coincidência situa-se mesmo!

6-Agora repare no carbono. Por diversas razões, e o carbono é o elemento no qual assenta a vida. Sem carbono, a vida complexa espontânea não é possível, uma vez que só este elemento dispõe de flexibilidade para formar as longas e complexas cadeias necessárias para os processos vitais. Nenhum outro elemento é capaz de o fazer. O problema é que a formação do carbono só é possível devido a um conjunto de circunstâncias extraordinárias…. Para formar o carbono, é preciso que o berílio radioactivo absorva um núcleo de hélio, parece simples. O problema é que o tempo de vida do berílio radioactivo se limita a uma insignificante fracção de segundo. 0,0000000000000001 segundos
E, no entanto, é justamente neste período incrivelmente curto que o núcleo do berílio radioactivo tem de localizar, colidir e absorver um núcleo de hélio, criando assim o carbono. A única forma de isto ser possível num instante tão efémero é o das energias destes núcleos serem exactamente iguais no momento em que colidem. E nova surpresa, são mesmo iguais! …. Se houvesse uma discrepância ligeiríssima, mínima que fosse, não se poderia formar carbono. Graças a um brutal golpe de sorte, a energia dos constituintes nucleares das estrelas situa-se exactamente no ponto adequado, permitindo a fusão.

7-Outro golpe de sorte, é que o tempo de colisão do hélio é ainda mais efémero do que o curtíssimo tempo de vida do berílio radioactivo, e isso permite a reacção nuclear que produz o carbono. Para além do mais, há o problema do carbono sobreviver à subsequente actividade nuclear dentro da estrela, o que só é possível em condições muito especiais. E, veja só! Graças a uma nova e extraordinária coincidência, essas condições reuniram-se e o carbono não se transforma em oxigénio.

8-A incrível afinação requerida nas diversas forças, na temperatura do universo primordial, na sua taxa de expansão, mas também as extraordinárias coincidências necessárias no nosso próprio planeta. Por exemplo, o problema da inclinação do eixo de um planeta. Devido às ressonâncias entre a rotação dos planetas e o conjunto dos corpos do sistema solar, a Terra deveria ter uma evolução caótica na inclinação do seu eixo de rotação, o que, como é óbvio, impediria a existência de vida. Um hemisfério poderia passar seis meses a tostar ao Sol, sem nenhuma noite, e outros seis meses a gelar à luz das estrelas. Mas o nosso planeta teve uma sorte inacreditável! … O aparecimento da Lua. A Lua é um objecto tão grande que os seus efeitos gravitacionais moderaram o ângulo de inclinação do nosso planeta, assim viabilizando a vida….
Sabe, todos os pormenores parecem conspirar para viabilizar a vida na Terra. Olhe, o facto de a Terra possuir níquel e ferro magnético imprescindível para defender a atmosfera das letais partículas emitidas pelo Sol. Isso é uma sorte. Outra extraordinária coincidência é o facto de o carbono ser o elemento sólido mais abundante no espaço térmico em que a água é líquida. A própria órbita da Terra é crucial. Cinco por cento mais próxima do Sol ou quinze por cento mais afastada bastaria para impossibilitar o desenvolvimento de formas complexas de vida.

Isto quer dizer que não foi apenas a vida que se adoptou ao universo. O próprio universo preparou-se para a vida. De certo modo, é como se o universo sempre soubesse que nós vínhamos aí. A nossa mera existência parece depender de uma extraordinária e misteriosa cadeia de coincidências e improbabilidades. As propriedades do universo, tal como estão configuradas, são requisitos imprescindíveis para a existência de vida. Essas propriedades poderiam ser infinitamente sem vida. Para haver vida, um grande número de parâmetros teria de estar afinado para um valor muito específico e rigoroso. E o que descobrimos nós? Essa afinação existe. … Chama-se a isto Princípio Antrópico. Princípio Antrópico significa que o universo está concebido de propósito para criar vida.

Einstein disse, e passo a citar: o que realmente me interessa é saber se Deus poderia ter feito o mundo de uma maneira diferente, ou seja, se a necessidade de simplicidade lógica deixa alguma liberdade? Não, Deus não poderia ter feito o mundo de maneira diferente.

(a)http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/6898/Artigo-do-Padre-Francisco-Faus-A-fabulosa-fe-dos-ateus

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